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A ORDEM DO PAI E A NOVA DES-ORDEM CONCILIAR

Por Arai Daniele

A Fé cristã formada na sublime analogia de Deus que se revelou Pai revela o grande desígnio divino de formar a família universal dos homens, seres livres, criados a imagem e semelhança de Deus, para o culto de conhecê-Lo e amá-Lo.
Se aqui a palavra "família" parece estreita para um "projeto" de tal dimensão, pode-se usar o termo "reino", mas sempre para significar o povo inumerável de filhos que, à imitação do Filho perfeito, se unem com a intenção de cumprirem a vontade do Pai e participarem da excelsa Aliança, segundo a Sua Ordem.

Assim, a inteligência e a vontade livres do ser humano podem ser ordenadas a tal idéia superior. Seguindo a Ordem revelada pelo Pai, as almas e as sociedades podem encontrar já na terra harmonia, progresso e paz, na Verdade, no Bem e no Belo. Se, porém, transgridem essa Ordem, não edificam outra "ordem", mas só confusão, conflitos e guerras.

Desgraçadamente foi este o ponto de partida de nossa espécie.

O desejo de ordem e paz pessoal, familiar, nacional ou internacional, ficou assim mesmo como promessa remota para uma humanidade decaída.

Ora, no plano histórico, os reinos e os grandes impérios do passado miravam a impor a própria idéia de ordem no mundo conhecido; esta era imperfeita, mas de teor tradicional, no sentido que os princípios e valores, reconhecidos para o bem geral, provinham dos pais e antepassados e portanto de Deus.

Guerras, violências e desordens foram sempre uma constante na história, mas só nos séculos mais recentes alguns homens começaram a cogitar que afinal a ordem antiga, de teor religioso, não conseguira evitar os males das guerras e outros, portanto seria, se não falsa, inútil. Além disto, ou principalmente em vista de progressos conquistados no modo de viver, os homens começaram a pensar que poderiam também produzir valores aptos a banir a inclinação humana ao mal. Afinal – pensaram - o homem selvagem é naturalmente bom, pacífico e generoso; deviam ser, pois, as estruturas tradicionais, repressivas e inibitórias, a degradá-lo. E com isto começou a fase moderna da crescente contestação da tal velha ordem tradicional, a favor de uma nova ordem de consistência evolutiva, revolucionária.

Foi o avanço da grande "descoberta" dos tempos modernos, ou seja, que a causa dos males terrenos estaria justamente na dependência social de valores de ordem tradicional e religioso, que assim se demonstrariam falsos.

E assim se chegou ao tempo das grandes revoluções e guerras para eliminar para sempre as supostas "causas religiosas" do atraso humano, fator de ódio, guerras e conflitos! O alvo principal passou a ser o Cristianismo, que ensinava que o mal provém do íntimo do mesmo ser humano, decaído na origem dos tempos por causa da rapina de uma liberdade letal, porque de conseqüências ignoradas.

Era o germe da "religião" do homem que por orgulho se faz deus, em luta com a Religião de Deus que se fez Homem para remir-nos de nossa atávica obscuridade.

Esta è a real guerra do mundo: entre a cidade do homem rebelde e a Cidade de Deus descrita por Santo Agostinho. Entre duas ordens opostas: a rebelde que se tornou Revolução mundial contra a Fé da Cristandade e a Igreja de Deus Pai.

Mas atenção, aqui há recorrer à sabedoria católica. Quem a preserva não pode que identificar nos nossos tempos ter nidificado dentro da mesma Igreja esta revolução para mudá-la, ao ponto que de seu interior se proclamasse o direito humano à liberdade até de escolher qualquer credo e ordem de lavra humana.

É dessa clamorosa contradição da hora presente que vamos falar aqui, voltando ainda à questão fundamental da Ordem cristã, que, como a verdade, é uma e não se limita à Igreja, mas por meio desta ao mundo inteiro; é universal.

De fato, para guiar o processo de formação do Reino universal de Deus, segundo a Sua Ordem, foi constituído o Seu Povo e depois a Sua Igreja. E’ o campo da Religião que cultiva a Fé a Esperança e a Caridade que são as fontes das Virtudes e do Amor, que por sua vez são o cimento de toda sociedade que se preze.

Tudo isto em relação direta com o projeto divino, razão porque na vida humana e nas consciências, tudo está ligado, no bem como no mal, ao conceito da Ordem revelada pelo Pai, preservada, a liberdade para acolhê-La ou para transgredi-La.

Tenhamos isto em mente, porque uma vez que o Criador adotou a analogia do Pai para revelar a Sua Ordem à inteligência humana, como imaginar que algo neste mundo de consciências possa ser alheio ao Seu desígnio paternal? Não foi dado às consciências humanas, formadas nessa Ordem, o poder de dominar a terra? Ou poderia alguma mente humana inventar uma nova ordem física ou matemática, biológica ou lógica? Nesse sentido, não seria ainda mais absurdo que fosse o ser humano mesmo a inventar a razão da origem e do fim último de sua existência?

Não envolve a Ordem revelada tudo na vida familiar e social, nacional e mundial?

E que pensar de clérigos que inventam uma "nova religião mais universal"?

Pois bem, nos tempos modernos, ecoaram vozes dentro da mesma Igreja de Deus, no sentido de separar, como era moda política, o ser humano espiritual do carnal, a ordem do estado temporal, leigo, mundano, da Ordem para a qual existe.

Era o monstrengo da "nova ordem mundial", em cujo nome se pretendia arquivar a Ordem cristã como obsoleta! Um seu paladino foi o "Sillon cristão", que então foi prestes condenado por um papa santo e de visão lúcida sobre os seus efeitos.

Vejamos o que escreveu São Pio X na "Carta sobre o Sillon": Não se poderá edificar a cidade do mundo em modo diverso de como Deus a edificou; não se poderá edificar a sociedade, se a Igreja não tiver nela estabelecido as bases e não dirige suas tarefas; não! A civilização não de inventa e a nova cidade não se edifica entre as nuvens. Esta foi, esta existe: é a civilização cristã, é a civilização católica. Se trata só de instaurá-la e de restaurá-la sem cessar sobre as bases naturais e divinas contra os ataques sempre recorrentes da malsã utopia, da rebelião e da impiedade: OMNIA INSTAURARE IN CHRISTO"!

Esta Carta era a resposta a uma das mais insidiosas revoluções que estavam penetrando no interior mesmo da Cristandade e da Igreja para transformá-las, adaptando-as às novas ideologias para uma "nova ordem do mundo", fundada nas idéias revolucionárias de liberdade, como valor supremo, de igualdade, como utopia obrigatória, de fraternidade, que dispensa toda paternidade divina.

Seus resultados eram historicamente conhecidos e nada apreciáveis, razão porque as revoluções se sucedem, degradando os homens e as sociedades.

A paz e a justiça não podiam, pois, ser um fruto nem da civilização do homem rebelde, nem, menos ainda, de suas elucubrações de "ordens" revolucionárias, iluministas, liberais, materialistas, nesse Frankenstein horrendo que é a ONU, intenta a substituir o Direito natural e divino com suas malsãs utopias!

Veja-se como opera para implantar o aborto entre as nações.

Mas nada disso é considerado, porém, pelos novos clérigos e papas conciliares, que desde João XXIII foram instalados no Vaticano para operar as aberturas modernistas tipo Sillon, que procuram acordos de todo tipo com o objetivo de obter finalmente uma nova ordem de democracia mundial com animação cristã!

Este o programa que já desde meio século não é segredo para quem quer ver.

De fato o Vaticano II foi convocado para, por meio de mil ambigüidades, instalar a nova doutrina ecumenista requerida pelas lojas e poderes do mundo. O próprio líder vaticano, Joseph Ratzinger o confessou numa entrevista a V. Messori: que o fim do Vaticano II era «incorporar os valores de duzentos anos de Iluminismo»!

Isto é lembrado para quem ainda não compreendeu que tudo foi nessa direção desde a hora em que elegeram Roncalli o modernista filo mação, que, conforme fora instruído, assumiu o nome de João, do antipapa João XXIII. Prelado de uma "simplicidade genial" segundo Jean Guitton, ele fora ali guindado também para assumir o plano, elaborado desde há tempo, para transformar o Cristianismo. Clérigo de poucas letras ele se limitou a retocar ambiguamente encíclicas revolucionárias como a "Pacem in terris", base da liberdade conciliar de consciência e religião, mas não só. Testo inspirado na "Declaração dos Direitos do Homem": direitos a "liberdade", ao bem de uma "paz universal" independentes da Ordem natural e divina, mas segundo princípios maçônicos e assim divulgada e aplicada logo em todo o mundo!

Não por acaso um autor mundano, mas de formação católica, como o escritor Anthony Burgess, reconheceu logo e testemunhou contra o pelagianismo ínsito na obra de Roncalli, para quem o homem era essencialmente bom. Idéia que se demonstrava de periculosidade mais que obscura, razão porque João XXIII seria um personagem mais nefasto que Hitler: «o homem mais perigoso que o século produziu» (O Estado de S. Paulo, 10.1.1982). Tal exame, mandado para o Vaticano, foi desenvolvido no romance "Os Instrumentos das trevas", (Rizzoli, Milão, 1983).

O Discurso de abertura do Vaticano II de João XXIII, no dia 11 de Outubro de 1962, foi pelo menos inspirado pelo Arcebispo de Milão, Mons. G. B. Montini! Nele Roncalli e Montini, depois Paulo VI, claramente manifestaram a chave da heresia modernista: "... esta doutrina cristã seja estudada e exposta através das formas de pesquisa e formulação literária do pensamento contemporâneo".

Serve tal "princípio" para fazer passar qualquer testo e até um concílio de "dogmático" (verdade divina) a "pastoral" (necessidade dos tempos), substituindo à certeza da "verdade católica" (intragável), as amenas utopias dos novos exegetas. Isto porque a Tradição devia "aggiornarsi" às conquistas das ciências obtidas com o intelecto do homem, cada vez mais progredido e adulto.

Verdades mais credíveis seriam uma real necessidade tanto para a vida religiosa, como civil, cujo governo carecia de uma "nova ordem" de teor mais científico!

Os novos clérigos tinham por certo que os princípios cristãos devidamente retocados podiam ajudar, mas não mais guiar uma sociedade civil, livre de escolher seus princípios religiosos e morais, eliminando toda imposição de verdades dogmáticas. Com isto promoviam o redimensionamento da autoridade da Igreja - que é a autoridade de Deus mesmo - que pretendiam representar!

É claro que isto evoca a 2ª Epístola de São Paulo aos Tessalonicenses sobre o "mistério da iniqüidade". Mas também esta, ou especialmente esta, deveria ser revista como todo o resto!
Todavia, Roncalli não era muito mais que o "bom" precursor de outros "mestres" da desvairada revolução conciliar, a começar por Montini, eleito como Paulo VI.

Agora este podia rasgar a fantasia com a sua revolução de Outubro no Vaticano e suas declarações incríveis, abertamente contrárias ao Magistério precedente.

Leia-se: "... Nós desejamos assumir as palavras importantes empregadas pelo Concílio; palavras que definem seu espírito e, numa síntese dinâmica, formam o espírito de todos os que a ele se referem, que estejam ou não na Igreja. A palavra "novidade", simples, muito cara aos homens de hoje … nos foi dada como um programa… nos chega diretamente das páginas da Sagrada Escritura… Jesus, nosso Mestre, não foi Ele mesmo um inovador? … É justamente assim que o Concílio se apresentou a Nós (ainda se usava!). Dois termos o caracterizam: "RENOVAMENTO" e "AGGIORNAMENTO"… Este responde à característica de nosso tempo, todo engajado numa enorme e rápida transformação que cria novidades em todos setores da vida moderna. De fato, não se pode deixar de fazer espontaneamente esta reflexão: se o mundo inteiro muda, a religião não mudará também? Entre a realidade da vida e o cristianismo, especialmente o catolicismo, não há um desacordo, uma indiferença, uma incompreensão, uma hostilidade recíproca? A primeira, corre; a outra, não se move, como podem ir de acordo? Como poderá o cristianismo pretender, hoje, ter influência sobre a vida? É por esta razão que a Igreja empreendeu reformas, especialmente depois do Concílio. O episcopado está para promover a "renovação" correspondente às necessidades presentes… a Liturgia é reformada … a educação cristã reexamina os métodos da sua pedagogia; estamos para revisar e renovar todas as legislações canônicas.»

Ele quer ser inovador para imitar Jesus. Assim inova a Doutrina da Igreja, que vai além das necessidades dos tempos porque é de Jesus. Renova, pois, Jesus mesmo, e assim abjura também de passagem ao juramento dos vigários de Cristo de nada inovar na essência da Igreja imutável! E quanto à Ordem cristã e divina, esse alucinado apóstata, despeja contra ela toda a sua aversão revolucionária, demo-cristã e progressista. Quem ainda não havia entendido qual é o teor da peçonha modernista, tem uma sua amostra nesta página de Paulo VI.

No "diálogo" da "Ecclesiam Suam", apóia o seu novo Cristianismo na capacidade e "meios humanos", excluindo a necessidade fundamental da Graça divina a fim de que a Palavra Revelada do Plano divino seja fecunda. Com o Vaticano II tudo isto deve ser apresentado como razão de diálogo humano em que a autoridade da Igreja se inclina à opinião do homem, "centro de tudo"! É o culto do homem!

Paulo VI dizia: "Nós todos, convencidos que a paz deve ter por base a justiça, seremos advogados da justiça." (4.X.65). Mas qual justiça? Pois Nosso Senhor ensinou: "Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus e Sua Justiça e todo o resto vos será dado por acréscimo" (Mt 6,33). São João Crisóstomo comenta: "O Reino de Deus é o prêmio das boas obras, e a sua justiça é o caminho da piedade, pela qual se chega ao Reino." (Catena Áurea de S. Tomás de Aquino). Mas então o verdadeiro centro de tudo deve ser o culto da Vontade de Deus, à qual está ordenada a piedade humana; só dessa Vontade decorre todo bem, dado por acréscimo.

Para se compreender melhor a idéia à origem da revolução conciliar é preciso ler o discurso de Paulo VI na conclusão do Vaticano 2 (7.12.65) :

"A Igreja do Concílio se ocupou sobretudo de si mesma e da relação que a une a Deus e também sobre o homem tal qual ele se mostra realmente no nosso tempo: o homem vivo, o homem ocupado só de si, o homem que não só se julga centro de todo interesse, mas ousa afirmar-se princípio e razão de toda realidade [...] O humanismo leigo e profano por fim apareceu na sua terrível estatura, e pareceu desafiar o concílio. A religião de Deus que se fez Homem encontrou-se com a religião (porque tal é) do homem que se faz deus. Que ocorreu? Um choque, luta, anátema? Poderia acontecer, mas não se deu. A antiga história do Samaritano foi o padrão que orientou o concílio. Uma simpatia imensa o penetrou. A descoberta das necessidades humanas (tanto maiores, quanto maior se torna o filho desta terra) absorveram toda a atenção do nosso Sínodo. Vós, humanistas modernos, renunciantes das verdades transcendentes, dai-lhe ao menos mérito nisto, e reconhecei o nosso novo humanismo: também nós, nós mais do que ninguém, somos cultores do homem… Quanto aos "valores" do mundo contrário à transcendência: "foram não só respeitados, mas honrados, e suas iniciativas apoiadas, e suas aspirações purificadas e abençoadas."

Foi o lançamento da "Igreja do concílio" com seu novo humanismo que bendiz e honra os "valores" do mundo moderno: a liberdade, a igualdade e a fraternidade, em sentido anticristão, em nome do termo "amor" usado ambiguamente.

Diz Paulo VI: "Arriscamos um termo que pode parecer ambíguo, mas que se deve considerar na exigência de sua profundidade. É um termo sublime, de amor: amor pelo homem, primeiro valor da ordem terrestre… A paz, a verdadeira paz, a paz humana é um efeito do amor… Se queremos a paz, devemos reconhecer a necessidade de fundá-la sobre bases mais sólidas… A verdadeira paz deve ser fundada sobre a justiça, sobre o sentimento de uma intangível dignidade humana, sobre o conhecimento de uma inefável e feliz igualdade entre os homens, sobre o dogma (!) fundamental da fraternidade humana, isto é sobre o respeito e o amor devido a todo o homem na sua qualidade de homem" (14.11.70).

Logo, para Paulo VI, as "bases mais sólidas" para obter a paz e a fraternidade, não são as do respeito à Vontade de Deus Pai e da Sua Lei natural e divina, mas "o sentimento de uma intangível dignidade humana"… mesmo de ofende-Lo; "o reconhecimento de uma inefável e feliz igualdade entre homens", baseada no "dogma fundamental da fraternidade humana…" livre de ignorar Deus Pai!

As idéias de João XXIII, de Paulo VI e sucessores, não são outras que as do condenado "Sillon" demo-cristão, isto é, da revolução inoculada na Igreja para operar a mutação do cristianismo, por um estranho amor do homem!

À luz dos numerosos textos, atos e discursos conciliares, transparece agora sem véus este plano para que o mundo seja governado por um poder central que seja um produto democrático que reúna numa nova ordem as diversas ideologias revolucionárias que se impuseram no mundo, bem como um conjunto ecumenista de religiões que dialogam sem distinções. Mas tudo sem contar com a verdadeira natureza do homem e seu destino sobrenatural.

É verdade que de tanto em tanto os conciliares falam de Tradição, mas para voltar logo às "novidades" com a linguagem ambígua, própria dos modernistas.

Na leitura de suas "encíclicas", tanto se encontra disfarçada ruptura com o Magistério, quanto continuidade conciliar, baseada nas suas encíclicas anteriores.

Aqui há que citar a "Populorum progressio" de Paulo VI, na seqüência da proposta de governo central com referência na ONU, da atual "Caritas in Veritate" de Bento XVI, para entender que tal estranha dualidade de idéias iluministas, radicalmente incompatível com a doutrina católica, segue, porém, a regularidade de um plano que transparece no interior da Igreja há meio século; é a utopia da nova ordem: tentativa de associar o plano humanista da Maçonaria com os desígnios de Deus.

Estes autores revelam-se assim modelos atualizados dos clérigos imbuídos "de utopias"; dos prelados que "perseguem ilusões, sonhos pródigos, mas irreais!"… como São Pio X descrevia os "Chefes do Sillon há um século: "… a exaltação de sentimentos, a cega bondade de seus corações, o misticismo filosófico mesclado de Iluminismo… os havia arrastado para um novo evangelho no qual eles creram ver o verdadeiro Evangelho do Salvador…". Eis o "identikit" da nova velha classe clerical hoje no poder para executar o velho projeto modernista já condenado!

Isto através da ereção de uma "nova consciência da Igreja" que arraste as gentes para a "nova religião ecumenista mundial", que continuam a chamar "cristã"!

E agora sabemos que a operação ecumenista, que iniciou tendo em vista os tais "cristãos separados", hoje se estende a muitas religiões, em especial as do Livro, come se estas confessassem o mesmo Deus, que, porém não é Pai nem Trinitário.

Ora, justamente o Pai é negado, por exemplo, pelo Islamismo, professando a distância absoluta entre Deus e o homem, também no plano da palavra e imagem. Também o Judaísmo nega a existência e o exemplo do Filho encarnado, que fundou a Ordem divina do Cristianismo. Qual diálogo então é possível?

Logo, antes de prosseguir com a segunda parte desta exposição, que tratará das idéias de João Paulo II, para chegar ao projeto conciliar continuado por Bento XVI, há que concluir que este não tem realmente caráter religioso, mas anti-religioso porque para ele a religião é uma peça a serviço de um projeto iluminista de união da humanidade, sem distinções religiosas; projeto ao qual a Igreja católica está sendo subordinada pelos seus supostos chefes, na mais abominável inversão da Vontade de Deus Pai para o Seu Reino de salvação neste século.

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