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Ovelhas sem Pastor - segunda parte.

Santa Igreja Romana Católica Una Excelsa Divina e Imortal. Apesar da grande apostasia os seus filhos estão aqui.




Não devemos, portanto, ter o menor receio de combater, e ardentemente, os ‘bispos’ hereges de nosso tempo (uma tal CNBB, por exemplo…), por medo de que eles nos excomunguem, por exemplo. Eles, traindo a fé, já não têm poder algum, não podem nem nos abençoar nem nos excomungar.



“A sentença de quem já se manifestou como devendo ser deposto, não pode depor a quem quer que seja” (Papa São Celestino I – Carta a João, bispo de Constantinopla).



“Quem, por seus ensinamentos, cometeu defecção na Fé, não pode depor ou expulsar a quem quer que seja” (o mesmo S. Celestino I – Carta ao clero de Constantinopla).



O Papa São Martinho I chegou a lançar o anátema sobre quem admitisse como válidas as sentenças de ‘bispos’ hereges: “Se alguém tem por condenado ou deposto os condenados ou depostos temerariamente por eles (…), e se não julga que eles são ímpios, e que nisto os seus juízos são detestáveis e suas sentenças vazias, inválidas, sem força, execráveis, profanas e reprováveis, – seja anátema” (D. S. 520).



Em Deuteronômio XVII, 15, Deus ordena ao povo eleito – prefiguração da Santa Igreja: “Um dos teus irmãos é que estabelecerás como rei sobre ti. Não poderás nomear um estrangeiro”. Assim também, na Igreja, os estrangeiros, os de fora, isto é, os hereges, não podem reinar.



Em 15 de fevereiro de 1559, o Papa Paulo IV publicou a bula Cum ex Apostolatus, declarando formalmente que, pelo delito de heresia, qualquer autoridade da Igreja perde imediatamente o seu cargo, sem necessidade de qualquer processo jurídico prévio, ficando aos fiéis a obrigação de afastar-se inteiramente da obediência a essas autoridades inválidas.



A impossibilidade total de um herege ser uma autoridade válida na Igreja, se estende, logicamente, ao Papa. Se este cai em heresia, deixa de ser papa válido ou, no caso de um herege ser eleito papa, essa eleição não produz o seu efeito. Lógico, pois como poderia o membro principalíssimo da Igreja ser um não-membro dela? Como se conciliaria a indefectibilidade da Igreja, com a possibilidade de um herege tornar-se o seu Chefe Supremo, seu Fundamento, seu Mestre Infalível, seu Pastor Universal? Um herege infalível?!



Se a fonte primeira do Magistério estivesse envenenada, claro está que a Igreja não seria indefectível. Se o olho da Igreja estivesse em trevas, claro está que ela já não seria coluna e fundamento da Verdade. Se um cego guiasse a Igreja, ambos cairiam no mesmo abismo. Logo é impossível que um herético seja Papa válido. Se um herege pudesse reinar validamente sobre a Igreja, as portas do inferno teriam prevalecido sobre ela.



A propósito, tratando de defender a infalibilidade papal, Santo Afonso de Ligório escreve:
“Os nossos adversários objetam com o cânon ‘Si Papa’, no qual o papa S. Bonifácio mártir, declara que o Soberano Pontífice não deve ser julgado por ninguém, a menos que ele seja depreendido como desviado da Fé (Cap. 6, dist. 40). Nossos contraditores argumentam: ‘Se o papa é capaz de cair em heresia, ele não pode ser infalível’. Respondemos: Se ele cair em heresia como pessoa privada, estaria privado do Pontificado no mesmo instante, porque não poderia ser cabeça da Igreja estando fora dela. (…) Dissemos: Se o papa caísse em heresia como pessoa privada, porque, enquanto papa, dando ensinamentos ex cathedra à Igreja Universal, ele não poderia ensinar nenhum erro contra a Fé. Isso, porque a promessa de Cristo não pode deixar de realizar-se. As portas do inferno não prevalecerão jamais contra a Igreja. Devemos recordar a sentença de Orígines: ‘Se as portas do inferno prevalecessem contra a pedra sobre a qual a Igreja está construída, elas prevaleceriam também contra a própria Igreja’” (Santo Afonso de Ligório, citado por Homero Johas, op. cit., p. 77).



Nosso Senhor diz a Pedro: “Orei por ti, a fim de que tua fé não desfaleça. Quando, porém, te converteres, confirma teus irmãos” (Lc XXII,32). Se vemos alguém que, apesar de vestir-se de papa, está com a fé desfalecida, cambaleando nas trevas da heresia, é sinal certo de que não é Pedro, não é papa de verdade. Só quando convertido é que Pedro pode confirmar seus irmãos, e um herege nem está convertido, nem é nosso irmão na Fé.



E não se diga, como alguns pensam erroneamente, que Cristo supriria o poder de jurisdição dos bispos e do Papa caídos em heresia, porque na Igreja não existe nenhuma suplência de jurisdição ordinária, mas apenas uma suplência restrita à administração de certos sacramentos, em estado de necessidade grave. Assim, por exemplo, em perigo de morte mesmo um padre excomungado pode absolver validamente, suprindo a Igreja, para aquele ato e naquelas circunstâncias, a jurisdição que ele não possui. Além do que, essa hipótese de uma suplência do poder de jurisdição ordinária nas autoridades caídas em heresia, por Deus mesmo, geraria “uma ordem divina fictícia: o que foi perdido e não existe, mas seria mantido por Cristo, falsamente, como se existisse. Cristo enganaria os fiéis na ordem sobrenatural” (Homero Johas, O Concílio da Apostasia, Coetus Fidelium: Rio, 2004, p. 95).



Na prática, isso significa que jamais devemos reconhecer um herege como autoridade válida na Igreja, ainda que ele se vista de bispo ou de Papa…


Um herege se reconhece por suas palavras, suas atitudes e suas omissões, sem ser preciso que ele confesse explicitamente sua heresia – coisa que ele não fará se uma boa máscara de ortodoxia lhe for conveniente.
Agem como hereges, falam como hereges, escrevem como hereges, rezam como hereges, calam como hereges, e… não seriam hereges?! … Ou são hereges ou fingem sê-lo…



Vejamos a afirmação do canonista abaixo, que deixa claro que se pode apostatar de várias maneiras:
“Há um preceito divino, quer afirmativo, quer negativo, de professar a Fé (Cf. Rm X, 10).A. O preceito afirmativo obriga a atos positivos de fé:1. Toda vez que o silêncio ou o modo de agir implica a negação implícita da fé (…)B. O preceito negativo proíbe a negação da fé, quer direta, quer indiretamente, mesmo (que só) externamente:1. Diretamente se renega a Fé com palavras, sinais ou ações que, por sua natureza contêm a negação da Fé ou a profissão de uma fé falsa, por exemplo, dizer abertamente de não crer, usar insígnias maçônicas, atéias, etc.2. Indiretamente, quando se realizam atos ou omissões que, não por sua natureza, mas pelas circunstâncias, contêm de fato uma negação da Fé. Assim, por exemplo, renega a Fé indiretamente quem, interrogado sobre ela, se cala, enquanto outro afirma não ser ele católico; aqueles que freqüentemente assistem às funções religiosas dos não-católicos (…) etc” (Pe. Teodoro da Torre Del Greco [doutor em Direito Canônico], Teologia Moral, Paulinas:1959, p. 125-6).

E S. Tomás de Aquino diz:
“A fé implica não só a convicção íntima, mas ainda a declaração interna manifestada por palavras e obras exteriores (…) E também, deste modo, certas palavras externas e obras podem implicar a infidelidade, enquanto sinais desta, no mesmo sentido que se diz que estar são é sinal de saúde” (S. Th., 2.2ae., q. XII, a. I).



E um outro autor contemporâneo diz:
“ ‘Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós com vestes de ovelhas, mas por dentro são lobos rapaces’ (Mt VII, 15). Tal é o aviso solene de Nosso Senhor Jesus Cristo acerca daqueles hereges que disfarçam seus erros pretendendo ser católicos fiéis. Alguns dos apologistas de Karol Wojtyla [e a fortiori de Joseph Ratzinger! (N. do T.)] parecem ter a impressão de que os católicos precisam tomar muito cuidado para evitarem rejeitar acidentalmente uma ovelha inocente que teve a infelicidade de estar vestida em pele de lobo, mas Nosso Senhor declara o oposto: Ele nos alerta a tomarmos cuidado até mesmo com hereges disfarçados (explicação de Cornelius a Lapide, ad locum), o que não seria possível se fôssemos incapazes de penetrar além do disfarce deles (’vestes de ovelha’) para reconhecer sua rejeição obstinada à fé da Igreja, a despeito de seus enganadores protestos de ortodoxia” (J. S. Daly, O Direito de Julgar a Heresia, tradução de Felipe Coelho a partir do texto inglês contido em http://strobertbellarmine.net/judgeheresy.html).



A Sagrada Escritura (Tt III, 10-11) manda, quando ainda restam dúvidas sobre se alguém é ou não herege, adverti-lo duas vezes. Se mesmo assim ele não remover os motivos de suspeita, cumpre tê-lo por herege. No caso de heresia manifesta as advertências fraternas nem seriam necessárias para se saber que ele é herege. E, como acima explicado, uma heresia pode ser manifesta também através de obras ou omissões. Assim, por exemplo, os absurdos ecumênicos do Sr. Karol Wojtila, obstinadamente repetidos apesar das inúmeras advertências a ele feitas pelos fiéis tradicionais, caracterizam heresia formal e pública contra o dogma de que fora da Igreja não há salvação. Karol Wojtila, portanto, quer por seu ecumenismo, quer por muitos outros motivos, era herege, e, pois, de modo algum era papa válido. Não se trata, é claro, de julgar o interior da consciência do herege, mas de reconhecer o fato concreto de que tal pessoa traiu a Fé.



Diante de todas estas considerações, o que resulta, logicamente, é que, nos dias atuais, muitos homens que se apresentam como autoridades da Igreja, na realidade, não o são. Além de alguns ‘papas’ inválidos (desde o ‘Vaticano II’ até hoje), inúmeros são os ‘bispos’ e ‘párocos’ também inválidos, por serem, concretamente, hereges. Privados, pois, das graças de estado e de todo poder de jurisdição, contaminados pelo veneno das heresias, mas insistindo em se apresentar como ‘autoridades católicas’, esses sujeitos tornam-se verdadeiras pedras de tropeço no caminho da salvação das almas. Hoje, como naquele tempo, Nosso Senhor olha as multidões e se compadece, porque estão como “ovelhas sem pastor” (Mt IX, 36), iludidas por falsos pastores. Isso explica também a grande desordem que reina entre as almas atualmente, pois, como reza a profecia, “ferirei o pastor e as ovelhas se dispersarão” (Mc XIV, 27).



Modernismo e liberalismo são heresias. E inúmeros são os ‘bispos’ e ‘padres’ modernistas e liberais, hereges portanto, excomungados latae sententiae portanto, sem qualquer autoridade válida portanto.



Lembremo-nos das palavras de Nossa Senhora em La Sallete: “Roma perderá a fé, e se tornará a sede do Anticristo”. A primeira parte dessa profecia já se cumpriu: a Roma do conciliábulo de 62 apostatou. Quando vem o Anticristo? (…)
Qual a atitude, então, que devemos tomar para com os ‘bispos’ hereges?
Ser obedientes e submissos a eles?
Não, de maneira alguma!
Obedecer a lobos é cooperar com a matança das ovelhas. É preciso enxotar os lobos a pauladas, e não ir ajoelhar-se aos pés deles…
A obediência a ‘bispos’ hereges é uma desobediência e traição à Igreja.



“Detesto a assembléia dos maus (leia-se CNBB) e com os ímpios não me assento” (Sl XXV, 5).



“Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie um Evangelho diferente daquele que vos temos anunciado, seja anátema. Como já vo-lo dissemos, agora de novo o digo: se alguém vos anunciar um Evangelho diferente do que recebestes, seja anátema” (Gal I, 8-9).



“Foge do homem herege, depois da primeira e da segunda correção, sabendo que tal homem está pervertido e peca, estando é condenado pelo seu próprio juízo” (Tt III, 10-11).



“Se alguém vem a vós sem ser portador desta doutrina, não o recebais em vossa casa, nem o saudeis. Aquele que o saúda participa de suas más obras” (II Jo I, 10-11).



“Guardai-vos dos falsos profetas…” (Mt VII, 15).



São, pois, estas as atitudes que devemos adotar em relação às ‘autoridades eclesiásticas’ caídas em heresia e inválidas portanto:



1. Jamais realizar nem mesmo o menor ato de obediência a esse falso clero, mesmo quando o que mandarem for bom e lícito, pois eles não têm poder algum para mandar seja o que for;
2. Declarar publicamente nossa absoluta não subordinação a esses falsos papas, falsos bispos e falsos párocos;
3. Jamais dar a estas falsas autoridades os títulos honoríficos de costume para com o clero. Assim, por exemplo, jamais dizer “Dom João Wilk”, mas apenas “Sr. João Wilk”; Também não pedir-lhes a benção ou beijar-lhes a mão, nem dispensar-lhes qualquer honra como se faz ao clero católico;
4. Jamais assistir às missas rezadas por eles;
5. Nunca receber qualquer sacramento das mãos deles, salvo em perigo de morte e não havendo um padre católico à disposição;
6. Não dar nenhuma espécie de dízimo a eles;
7. Fazer todo o apostolado que pudermos, sem nunca pedir-lhes qualquer tipo de autorização e sem incomodarmo-nos minimamente com qualquer proibição emanada deles;
8. Desprezar em absoluto qualquer ‘excomunhão’ que eles pronunciem contra nós;
9. Desmascará-los diante dos fiéis, levando o maior número possível de almas a se retirarem da obediência a essas falsas autoridades;
10. Jogar ao lixo os quadros representativos dessas falsas autoridades (esses quadros que costumam ser expostos nas sacristias e nas casas);
11. Mandar cartas a esses falsos papas, falsos bispos e falsos párocos, corrigindo-os de seus crimes contra a Fé e incitando-os a se converterem ou deixarem de se apresentar como autoridades da Igreja, coisa que eles não são;
12. Rezar por esses lobos heréticos, para que se convertam e escapem às chamas do inferno, pois, como diz o Credo Atanasiano: “Quem quiser ser salvo, deve, antes de mais nada, professar a Fé Católica”;
13. Apoiar os bispos e padres fiéis que restaram, e motivá-los a criarem centros de resistência e combate à falsa igreja do conciliábulo de 62 (apelidado de “Vaticano II”), ou seja, criar capelas tradicionais públicas, que realizem todas as funções normais de uma paróquia, mas sem qualquer vínculo com a igreja herética do ‘Vaticano II’, capelas absolutamente independentes dos ‘bispos’ hereges.



Essas e outras atitudes são as que devemos adotar em relação à falsa religião que, desde o conciliábulo de 62, se apossou das antigas catedrais e paróquias católicas, inclusive das basílicas de Roma. Não nos assustemos com isso. Como diziam os católicos despojados de seus templos pelos arianos no século IV: “Eles têm os templos. Nós temos a Fé”.


Em outros artigos continuaremos a desenvolver o assunto.
Sempre no amor à Santa Igreja,




Rodrigo Maria Antônio da Silva.
A. M. D. G. V. M.

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