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Pio XII e o Cardeal Siri


Em 9 de outubro de 1958 falecia o último Pontífice católico-tradicional da história: Pio XII. Ele foi o número 260 na sucessão do Apóstolo São Pedro. Com a morte de Pio XII iniciara-se o Conclave. Segundo o ex-consultor do FBI, Paul L. Williams, nesta ocasião houve uma trama de elementos extrínsecos e intrínsecos à Igreja para que não fosse mais eleito um Cardeal católico-tradicional. Em 2003 ele publicou o livro intitulado "O Vaticano Exposto: Dinheiro, Assassinato e a Máfia" (Prometheus Book). O livro citado inclui algumas informações simples e objetivas sobre o conclave papal de 1958. Williams, que não é católico tradicionalista, afirma:
-Em 1954 o Conde Della Torre, editor do Jornal L’Osservatore Romano (Jornal Oficial do Vaticano), avisou ao Papa Pio XII das simpatias comunistas do Cardeal Ângelo Roncalli. Outros membros da "Nobreza Negra" expressaram preocupações semelhantes. Por isso FBI e CIA começaram a acumular fartos arquivos sobre ele e outros progressistas dentro do Vaticano, incluindo o Monsenhor Giovanni Battista Montini (futuro Paulo VI).
- Pio XII apontou o Cardeal Giusepe Siri como seu sucessor preferido. Siri era um anticomunista ferrenho, um intransigente tradicionalista em matéria de doutrina da Igreja e um competente burocrata.
- Em 1958 (em 26 de outubro), quando os cardeais foram trancados na Capela Sistina para eleger um novo Papa, alguns eventos incomuns começaram a se desdobrar. No terceiro escrutínio, o Cardeal Siri, de acordo com as fontes do FBI, obteve os votos necessários para ser eleito no Conclave. Segundo consta, o nome escolhido por ele teria sido Gregório XVII. A fumaça branca saiu da chaminé da capela informando que o novo Papa havia sido eleito e a notícia foi anunciada às 18 horas na Rádio Vaticano. O anunciante disse: a fumaça é branca, não há dúvida alguma, o Papa foi eleito.
- O novo Papa, contudo, não apareceu. Para satisfazer a tais dúvidas, Monsenhor Santoro, secretário do Conclave, informou à imprensa que a fumaça havia sido branca e que o Papa havia sido eleito. A espera continuou. Ao entardecer, a Rádio Vaticano informou que os resultados eram incertos. Em 27 de outubro o Houston Post estampou a seguinte manchete: "Cardeais falham em eleger Papa em 4 votações: Mistura nos sinais de fumaça causa falsos relatos."
- Mas os relatos eram válidos. No quarto escrutínio, segundo os relatórios do FBI, o cardeal Siri obteve novamente os votos necessários e foi eleito Supremo Pontífice. Neste momento os cardeais progressistas, principalmente os franceses, se levantaram contra, afirmando que a eleição causaria amplas brigas de ruas, tumultos e assassinatos de vários bispos proeminentes atrás da Cortina de Ferro.
- Os cardeais optaram por eleger o cardeal Frederico Tedeschini como um Papa de transição, mas Tedeschini estava muito doente para aceitar sua eleição. Finalmente, no terceiro dia de votações, Roncalli recebeu o apoio necessário para que se tornasse João XXIII.
Estes são os estudos de Paul Williams, ex-consultor do FBI. Até o presente não se conseguiu conseguir cópias dos documentos da inteligência (FBI) indicados e assim não é possível garantir plenamente se as afirmações são seguras e precisas. No entanto, a mistura dos sinais de fumaça é um fato histórico verificável, registrado nos jornais que fizeram reportagem sobre o Conclave de 1958, como é o caso do New York Times e o Houston Post.
Contudo, não se pode deixar de recorrer ao Código de Direito Canônico para ver se tal acontecimento seria lícito. Porque, segundo as leis canônicas, ninguém poderia anular uma eleição papal aceita. Vejamos o que diz o cânon 185: "A renúncia é inválida por lei, se ela foi feita devido a grave medo, injustamente incutido, pressão (coação), fraude, erro substancial (erro de pessoa) ou simonia."
Conclui-se então: não é possível fazer outra eleição se um Papa verdadeiro já foi eleito. Três meses após sua eleição, João XXIII anunciou a um grupo seleto de cardeais que "por uma inspiração divina" convocaria um Concílio. Fato estranho, não?
***
Sabemos que o apoio de Siri, direto ou indireto, às heresias do Vaticano II faria com toda a certeza com que o mesmo viesse a perder o seu cargo.

3 comentários:

Leandro Costa PANDA disse...

Paz e bem
Acho que se for como denuncia é um pouco infantil , pois acreditar em um ex agente da CIA (que já fez tanta coisa errada) e a mesma coisa que acreditar que a Ciencia tudo responde assim como pensa a Teologia da Libertação.
Teologia Tradicional podemos citar o Papa Bento XVI , o Padre Paulo Ricardo(www.padrepauloricardo.org),
etc...
Meu blog é : KERIGMATICO DE PLANTAO www.leandro-rodrigues.blogspot.com
Shalon !

Antonio disse...

Que a fumaça do habemus papam subiu,isso subiu.

Mas mesmo se o Siri tivesse sido eleito,como parece que foi,acho que ele perdeu o papado,se é que o teve,por renuncia,mesmo porque ele ficou longo tempo seguindo os outros falsos papas,ele mesmo anunciou o ''Habemus Papam'' de João XXIII e Paulo IV.Isso me parece uma renuncia válida.

Coetus Fidelium disse...

Concordo plenamente com o Sr, Antônio. Realmente a sede está vacante por heresia de seus ocupantes e com certeza Siri deve ter perdido o cargo por ter aderido direta ou indiretamente às heresias do Vaticano II.

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Fernando+

 
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