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BLOG PRO ROMA MARIANA

Hoje fica marcada a inauguração do Blog Pro Roma Mariana, no seguinte link: http://promariana.wordpress.com/



Precisamente no dia em que Pio XII ordenou que se fizesse todos os anos nessa data a Consagração ao Imaculado Coração de Maria!

Comentário a conferência do Pe. Manoel Pestana sobre Fátima


Dada em Roma, no último dia 7. O discurso original pode ser conferido aqui.


O primeiro bispo nomeado por Wojtyla Apresenta o livro de Monsenhor Gherardini - «Concilio Vaticano II, un discorso da fare».

«Algo que me parece sempre incerto é a questão do Concílio Vaticano II... (ainda?).
«Na última sessão, da qual participei, uma comissão foi até a Irmã Lucia, em Coimbra, e eu lhe  encaminhei uma pergunta por escrito. Minha pergunta foi a seguinte: o terceiro segredo de Fátima tem alguma relação com o Concílio Vaticano II? A Irmã Lucia respondeu - não a mim, mas a um padre que fora com a comissão - "não estou autorizada a responder esta pergunta".


Comentário 1: Isso não é importante; quem deve autorizá-la um chefe conciliar cúmplice nele?

Comentário 2: O Cardeal Billot perdeu o cardinalato por defender o caso Maurras.
(Há um diálogo entre  Sangnier do Sillon e este líder não católico, que o bate em questões católicas!)

«Na Humani Generis Pio XII condena aberta e duramente todas as posições modernistas, citando, teólogos de seu tempo...Congar, Schillebeecxs, e outros. que depois fariam sucesso com os seus escritos porque diretamente convidados por João 23.
 
Comentário. 3: Este é o escandalo, o resto é conversa clerical contária ao Magistério, como segue...
Comentário  4: «Bento XVI, com sua prudência e sabedoria! (também) era contrário às obras do Papa Pio XII e à esta encíclica.
É interessante? Sim, porque estes hereges triunfaram ao ponto de serem louvados como papas!
 
«Seria possível que Nossa Senhora tivesse dito que não era de seu gosto, que não lhe agradava uma realização do Concílio? Eu não sei, mas se pode pensar. Com isso eu não quero dizer que o Concílio Vaticano não seja legítimo. e não seja também uma benção para a Igreja."

Comentário 5 : Declaração hipócrita ou senil, ou ambas!

«O livro de Brunero Gherardini, Concilio Vaticano II - Un discorso da fare - publicado pelos Franciscanos da Imaculada ... é interessantíssimo. terrível este livro. mas mantém uma posição muito justa, muito bem fundamentada. Ele diz que no Concílio foram ditas muitas coisas que não são boas...
 Comentário 6: Eis um eufesmismo para disfarçar toda perfídia! A Fé foi ou não alterada, e por quem?

Comentário 7: O bom - Padre Tromp - teólogo imerso na "tromp..erie" do "concílio pastoral"!!

 «O Cardeal Suenens, de que gostava, mas ... muito me fez sofrer[...]. Ele tomou a posição de comando... da demolição... Há coisas que podemos chamar de incertas. até alguns teólogos depois do Concílio Vaticano II disseram que a linguagem da teologia de hoje é uma linguagem de incertezas, não há nenhuma certeza em suas declarações...

Comentário 8: Há mesmo quem adora incertezas conciliares...!

«Me parece que no Vaticano II, foram feitos acordos com os representantes da Rússia para que não se falasse do comunismo, não se falasse de Rússia. Mas isso é o contrário da mensagem de Fátima. O centro da mensagem [...] era a Rússia, da qual virão grandes males para a Igreja e para o mundo. Mas fizeram um acordo. Ah sim!  Porque havia bispos ortodoxos [para participar do Concílio]. ... «Por exemplo: nós sabemos que este escândalo ocorreu na Polônia de um arcebispo que fora nomeado e que no momento de tomar posse da diocese ele simplesmente disse: "não, não posso tomar posse, porque encontraram um documento assinado por mim que me permitia sair da Polônia para estudar em Roma com a condição de colaborar com o governo sobre as coisas da Igreja que lhe interessavam."

Comentário 9: Este é o problema de clérigos que iam para onde queriam, mesmo para os EUA, como K. Wojtyla...

«O arcebispo de Kiev, que era um homem que se aproximou muito de João Paulo I, na última audiência, morreu lá diante do Papa. Ele não era ninguém menos que um chefe da KGB e era arcebispo de Kiev. Coronel da KGB. [...] É um trabalho de muito tempo de infiltração na Igreja Católica, e se pode dizer que também o fato de Judas fazer parte do colégio apostólico, não disse nada contra Cristo, e no último momento quis lhe trair: "amigo, a que viestes?". [...] Há momentos extremos de traição e por isso o Senhor tem muitos e muitos caminhos.
 
[Nosso Senhor tem caminhos de infiltração e traição?...]
 
«A influência da maçonaria no último Concílio não foi pouca, porque o próprio Monsenhor encarregado da liturgia - Bugnini - tinha escrito uma carta ao chefe da maçonaria italiana, dizendo que pela liturgia havia feito tudo que era possível; tudo aquilo, segundo recebeu instruções, mais não poderia ser feito. [...] Um padre polonês que encontrou este ofício o levou imediatamente a Paulo VI, que o mandou para fora de Roma, na nunciatura no Irã. Até Monsenhor Benelli, que era o braço direito do Papa, também foi retirado de Roma e estranhamente ambos morreram pouco depois em circunstâncias misteriosas. Dizíamos que era uma queima de arquivo. Entendem, não?
 
Comentário 10: Entendemos que isto para estes clérigos é normal e até legal!

... os inimigos estando presente dentro da Igreja, isso não deve nos atemorizar, pois o próprio Cristo já contou aquela parábola [...] do trigo e do joio juntos e o Senhor disse "deixai
crescer", depois, na hora da colheita se separará os dois. Pois os maus, como diz Santo Agostinho, ou existem para se converter ou para nos santificar. E isso é verdade. [...] O Senhor, no antigo testamento, deixava os povos bárbaros e desumanos presentes e próximos (mas não dentro) do povo eleito para garantir a sua fidelidade e seu espírito de sacrifício. E por isso não devemos de maneira alguma pensar que estes problemas possam abalar a nossa fé. Absolutamente!...

Comentário 11: Desculpa incrível e vil pois Jesus também falou de falsos cristos e falsos profetas... isto não deve preocupar um bispo? Deixar crescer o "papado conciliar" anticrístico é evangélico?
 
«Uma vez, quando disse um pouco dessas coisas num encontro de bispos, um deles se levantou e me disse: "Você não crê no Espírito Santo?". Eu disse: "Creio sim, e por isso estou aqui, porque creio no Espírito Santo e sei que as portas do inferno não prevalecerão". "Eu estarei convosco até o fim do mundo", tenhamos esta certeza absoluta, não podemos duvidar daquilo que Cristo disse. Isso seria um suicídio religioso. Se não creio em Cristo, em que acreditaria?

Comentário 12: Isto não é crer em Cristo nem nos Apóstolos que ensinaran; "que ninguém vos engane..." Para isto há bispos, que são os vigilantes, mas estes creem no própria doutrina irenista que os vai perder por causa de desculpas a favor da própria tranquilidade pessoal...

«Quando penso, por exemplo, no Pe. Gruner, vejo nele um mártir da Igreja moderna, sem dúvida. Não se pode compreender a sua vida sem a palavra de Deus que diz: "o reino dos céus é sofrer violência, e são os violentos que o alcançam". Sim, foi quem financiou esta e outras conferências para enganar os que procuram, meias desculpas...como o que segue: Creio que poderia dizer - digo como uma palavra minha - e suspeitar que o Concílio Vaticano II está relacionado [...] com o terceiro segredo de Fátima. Alguns de vocês me dirão: "mas isso não é atual". Mas é atual sim, pois se nós publicamos isso, teremos que enfrentar o temor de nossos fiéis que dirão: "O que? Vocês não acreditaram?". Porque me dirão que eu fui fraco, que eu fui estúpido. essas não são justificativas para que eu possa dizer: "não sou responsável" ou "não estava nessas coisas".

 
Comentário 13: Assim falou a sua pobre consciência... não é atual? = pode não ser verdade!)
 
«Nem a maçonaria que é o corpo místico de Satanás, nem as heresias são realmente a lepra da nossa Igreja, mas que encontram sempre na graça de Maria e no amor de Cristo um remédio salutar para todos os males, nada disso me deve fazer perder a coragem ou deixar de lutar. Um dia eu falava na conferência dos bispos do Brasil contra o aborto, porque eu trabalho muito - poderia e deveria ter trabalhado ainda mais. E um bispo me disse: "Mas Dom Pestana, o senhor tem que entender que não podemos perder tempo [...] com uma batalha perdida. O aborto vem! Como veio para quase todas as nações. Não se pode perder tempo com essas coisas". E eu disse: "Excelência, Deus não te julga se ganhamos ou não a batalha, mas se lutamos e se lutamos bem". E assim penso que vocês estão fazendo, e por isso estou aqui com a alma renovada, encorajado [...] mesmo com o meu joelho com duas placas de metal... 
Comentário 14: Como pode lutar pela Fé se não acusa seus poderosos inimigos internos? Foram estes a causa de suas placas?

«Eis o personalismo no apostolado que é um grande perigo: «É Deus quem faz, e só quando os homens se convencerem que Deus faz aquilo que nós fazemos é que acreditarão em nós!
Comentário conclusivo: 
Devemos acreditar que Deus o mandou calar tantas verdades?
Por exemplo do satanismo infiltrado no Vaticano, de alto a baixo? Do objetivo demolidor de Montini com a nova litúrgia? Dos acordos e infiltrações modernistas e maçônicas na Igreja com João 23 e seu concílio? Da posição illuminista e mundialista oficial de Bento XVI?  



Para fechar: 
Tenho carta certa de 24.6.87 que recebi da Irmã Lúcia (encaminhada por sua sobrinha) em que diz, respondendo à pergunta que lhe fiz (dando por certa a indicação de 1960): ... como foi que a Misericórdia divina deu a conhecer à Irmã Lúcia esta data? A Irmã responde: "O como tive conhecimento desta data não estou autorizada a explicá-lo aqui, mas tenhamos presente que, a autorização dada para que a Igreja podesse abrir a minha carta, não foi uma ordem para que a públicasse."
Parece impossível conciliar aqui as duas coisas. Se foi a mesma Lúcia que estabeleceu o ano 1960 para a abertura da terceira parte do Segredo, como dizem agora, como pode ela referir-se nesta carta a uma autorização a si mesma e depois à outra autorização e possível ordem dada para a Igreja ? Mistério !
E pretendem que hoje se acredite que o véu desta data, que manteve suspensa a atenção da Cristandade e do mundo por mais de meio século, não seja indicação do mesmo segredo, mas de uma intuição da Vidente?

De qualquer modo, não é possível mudar os fatos da história desse período. Na Igreja tudo mudou e não há dúvida que essas mutações no mundo católico causaram uma radical mudança na sociedade humana, que foi constatada pelos fatos e por sociólogos e filósofos, e registrado nos campos da justiça e da segurança social de todo o mundo. Trata-se pois da mutação silenciosa mas evidente que abriu as portas da sociedade a uma revolução social de enormes proporções, que mudou o modo de pensar e de viver do nosso tempo. E como é sempre o mundo espiritual a guiar o social, há que responder à questão de qual
teria sido este evento para a Igreja? Compete pois a quem nega a importância desta data explicar a clamorosa coincidência pela qual justamente neste período começou a descristianização do mundo e a apostasia universal sob o neo eleito modernista e filo-mação João XXIII de nefasta memória.

Comentários do Senhor Araí Danielle, estudioso de Fátima. Com trechos do seu livro Segredo de Fátima ou Perfídia em Roma?



Comentário nosso:

Eis a imagem desse "bispo" da Igreja conciliar, que vive "em cima do muro", não toma uma posição firme em defesa da fé católica. Sua pergunta a Irmã Lúcia sobre o Vaticano II e sua conclusão sobre a resposta, parecem demonstrar que o mesmo considera algo no Concílio alheio a Fé Católica. Devemos nos perguntar como o comentador: A Fé foi ou não alterada, e por quem?
Que nosso Sim seja Sim e o nosso Não seja Não. O que está além disso vem do diabo. O  conciliábulo vaticano 2 e suas ambiguidades, seus teólogos modernistas, seus papas maçonicos, comunistas... tudo isso e toda a imundície nasce das artimanhas de Satanás, vem do diabo.
É interessante notar as contradições a maçonaria corpo místico de satanás ajuda a criar a nova liturgia da Igreja conciliar, junto com os protestantes...

Lembramos:



 Antes do Fim do Concílio essa grande "benção", nascida do modernismo, dos ideais maçônicos.



Homenagem ao "Beato" da Igreja Conciliar.

A Grande Loja do Ocidente do México, no dia da morte de João XXIII, participa a própria dor pelo desaparecimento desse grande homem que veio revolucionar as idéias, o pensamento e o modo de atuar a liturgia católica romana. A humanidade perdeu um grande homem e nós mações reconhecemos nele os seus nobres princípios, o seu grande humanitarismo e o seu espírito de grande liberal.

O desaparecimento da Igreja Católica - Última Parte


Coetus Internationalis Patrum”, que reunia toda semana centenas de consagrados, cardeais e bispos de todo o mundo para defender a fé "à luz da doutrina tradicional da Igreja e ao magistério dos Soberanos Pontífices". Tais iniciativas obstaram o avanço dos liberais, como reconheceu um deles, o P. Ratzinger.

II - Considerações


Depois de examinar o que precede, é inevitável restar atônitos ao constatar como o universo dos Bispos católicos, na sua quase totalidade, possa ter votado no Vaticano II, uma avalanche de propostas dirigidas a obter a adaptação da Igreja ao mundo moderno em absoluto e nítido contraste com a Verdade revelada por Deus e proposta autenticamente pelos Padres da Igreja no curso dos séculos, justamente para enfrentar a deliberada vontade de demolir a Igreja de Cristo.
A estas propostas foram adicionadas em seguida os numerosos documentos de autoria dos últimos três Pontífices nos quais, entre outras coisas, não é mais mencionado o dogma (1).
Em dois mil anos, a Igreja foi combatida com todos os meios possíveis: heresias, apostasias, cismas, traições, violências, martírios, massacres, destruições; mas nada conseguiu destruí-la. Ela, antes de ser uma instituição humana, é uma instituição divina, e por isto INVENCÍVEL!
Instituição divina! Eis, pois, a fórmula operativa: deformar a imagem da pessoa mesma de seu Fundador e a sua obra salvadora: o próprio Cristo. Eis o fio condutor que guia e liga a ação destes últimos três pontífices.
Começou Roncalli com a sua fórmula venenosa do: «Procuremos o que nos une e não o que nos divide». E como «aquilo» que nos divide é Jesus Cristo, não procuremos mais Jesus Cristo. Continuou depois com Montini o qual impôs um novo rito cuja estrutura tende a anular o Sacrifício redentor de Jesus Cristo, reduzindo a Santa Missa a «um discurso de socialidade».
Veio em seguida Wojtyla cuja ação levou não só ao beijo do Alcorão, pelo qual se decreta a condenação à morte para «quem diz que Cristo é o Filho de Deus», mas a lacrimejar diante do que resta do muro do Templo de Salomão, símbolo do culto daqueles que não querem reconhecer em Jesus Cristo o Messias, e do qual o próprio Cristo havia preanunciado a destruição: «Em verdade vos digo, não restará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada» (Mt. 24, 2).
E com esta tríplice, concêntrica ação, a Fé em Cristo é aniquilada!
E junto a ela, a Igreja Católica, Apostólica, Romana.
* * *

Surge então espontânea a pergunta: como é possível que nós, filhos da Santa Madre Igreja, possamos assistir passivamente à continuação do que foi definido como a «auto-demolição» da Igreja?
E óbvio que não se pode explicar o mistério pelo qual três pontífices se sucederam com o deliberado propósito de atuar uma precisa política que levou à criação de uma nova Igreja, chamada justamente CONCILIAR e, portanto, não mais Católica e Apostólica, porque em continuação com os apóstolos de Jesus Cristo; uma catástrofe epocal que engendrou uma nova religião, uma nova doutrina, um novo culto.
Somente Nosso Senhor sabe como e quando intervir; a nós basta a certeza do «non praevalebunt»!(2). Porém a nós, leigos fiéis, compete preparar o testemunho segundo a lei da Igreja e orar sempre para o sucessor de Pedro, porque o Senhor «non tradat eum in animam inimicorum eius»(3), e não é permitido aceitar passivamente quanto emerge dos documentos conciliares, subestimando o alcance destrutivo deles, em tudo o que contrasta objetivamente com o ensino tradicional da Igreja, Una, Santa, Católica, Apostólica e Romana, durante vinte séculos de existência.
De nós leigos fiéis, justamente porque membros deste Corpo Místico, Jesus Cristo espera que seja testemunhado o atual estado de paixão da Igreja e de suas causas, ou seja os documentos heterodoxos produzidos de 1958 até hoje, de modo a separar a boa farinha do joio modernista, protestante e maçônico, fruto de todas as heresias condenadas até o Vaticano II.
A isto todos os fiéis são obrigados em consciência, solicitados pela exortação de S. Tomás de Aquino e de todos os Padres da Igreja, com o fim de professar a própria Fé.

Rezemos para que a Beata sempre Virgem Maria, Mãe de Deus, mediante a Sua intercessão, obtenha que o Senhor ilumine as mentes dos Pastores e preserve a Sua Santa Igreja e os fiéis dos erros dos desviados homens da Igreja.

III - Conclusão
Obviamente, não a nós, leigos, compete proclamar que o novo rito é inválido; mas, pelo alcance de suas múltiplas mutações com respeito ao Ordo Missae, temos o dever de testemunhar os desvios operados pelo Novus Ordo Missae, segundo aprofundados estudos de cardeais e fiéis teólogos católicos:
«Quando se consideram os elementos novos, suscetíveis de múltiplas interpretações que são subentendidas ou implícitas, o Novus Ordo Missae representa no seu conjunto como nos seus particulares, um impressionante afastamento da teologia católica da Santa Missa, como foi formulada na Sessão XXII do Concílio Tridentino, o qual, fixando definitivamente os «cânones» do rito, ergueu uma barreira intransponível contra toda heresia que fere a integridade do Mistério.
«Querer a todo custo pôr novamente em vigor o antigo culto, reproduzindo friamente "in vitro" o que na origem brotou de uma ação espontânea, significa cair naquele insano "arqueologismo", lúcida e oportunamente condenado por Pio XII. Pois isto equivale, como já foi infelizmente visto, a espoliar a liturgia de todas as belezas acumuladas no curso dos séculos e de todas as defesas teológicas mais que nunca necessárias neste momento crítico, talvez o mais crítico na história milenar da Igreja».(4)
Não há lugar aqui para repetir as muitas
«avaliações completas das insídias e perigos, dos elementos espiritual e psicologicamente destrutivos que o «Novus Ordo» contém, seja nos textos como nas rubricas e nas instruções».
Basta comparar neles alguns momentos da celebração, assim como já foi assinalado no já citado «Breve exame crítico...»

Definição de «Missa»



«O exame detalhado do Novus Ordo Missae revela mudanças de enorme alcance que justificam por si o juízo feito sobre a «missa normativa». O novo Ordo Missae, como a «missa normativa», foram elaborados para satisfazer sobre muitos pontos o mais modernista dos protestantes.
Eis a nova definição de Missa segundo Paulo VI:

«A Ceia do Senhor, dita também Missa, é uma sagrada reunião, isto é a assembléia do povo de Deus que se reúne, sob a presidência do sacerdote, para celebrar o memorial do Senhor. E por isto que a assembléia da Igreja local realiza de modo eminente a promessa de Cristo: "Onde dois ou três se reúnem em meu nome, eu estou no meio deles" (Mt. 18, 20).(5)


«A definição de Missa é deste modo reduzida à forma de "ceia", e isto é depois repetido em continuação. Tal "ceia" é, além disso, caracterizada pela assembléia presidida pelo sacerdote e para cumprir "o memorial do Senhor", lembrando o que Ele fez na Quinta-Feira Santa.

Tudo isto não implica:
- nem a Presença Real,
- nem a realidade do Sacrifício,
- nem a sacramentalidade do sacerdote consagrante,
- nem o valor intrínseco do Sacrifício eucarístico independentemente da presença da assembléia.

«Em breve, não implica nenhum dos valores dogmáticos essenciais da Missa, que por isto constituem a sua verdadeira definição. Aqui a omissão voluntária equivale ao seu "alheamento", que significa pelo menos na prática, a sua negação.

«Na segunda parte do mesmo parágrafo se afirma - agravando o já gravíssimo equívoco - que vale «em modo eminente» para esta assembléia a promessa de Cristo: «Onde dois ou três se reúnem em meu nome eu estou entre eles» (Mt. 18, 20). Tal promessa, que diz respeito somente à presença espiritual de Cristo com a sua graça, é posta ao mesmo nível qualitativo, salvo a maior intensidade, daquele substancial e físico da presença sacramental eucarística.»


Ofertório

«Qualquer que seja a natureza do sacrifício é essencial que seja agradável a Deus, isto é, que seja aceito como sacrifício. «No estado de pecado original, nenhum sacrifício teria direito de ser aceitável a Deus. O único sacrifício que pode e tem direito de ser aceito é aquele de Cristo. Era, pois, sumamente necessário que o Ofertório ligasse o Sacrifício da Santa Missa ao Sacrifício de Cristo.
Mas o Novus Ordo desvirtua a oferta sob uma espécie de troca de dons entre o homem e Deus: o homem traz o pão e Deus o transforma em «pão de vida»; o homem traz o vinho e Deus o transforma em «bebida espiritual»: «Bendito sejais, o Senhor, Deus do universo, pois da tua bondade recebemos este pão (ou vinho), fruto da terra (ou da vinha) e do trabalho do homem, que nós te oferecemos para que se torne pão de vida (ou bebida espiritual)».(6)
«Supérfluo é notar a absoluta indeterminação das duas fórmulas «pão de vida» e «bebida espiritual», que podem significar qualquer coisa. Encontramos aqui o mesmo e capital equívoco da definição da Missa em que Cristo está presente só espiritualmente entre os seus; aqui o pão e o vinho são «espiritualmente» (mas não substancialmente) transformados.
«Na preparação da oferta, um tal jogo de equívocos é atuado com a supressão de duas miráveis orações. «Ó Deus, que em modo maravilhoso criastes a nobre natureza do homem e ainda mais maravilhosamente a reformastes»,(7) era uma lembrança da antiga condição da inocência do homem e da sua atual condição de resgatado pelo sangue de Cristo: resumo discreto e rápido de toda a economia do Sacrifício, desde Adão até o momento presente. A oferta propiciatória final do Cálice, a fim de que se elevasse «agradável» (cum odore suavitatis) à presença da majestade divina, à qual se implora clemência, confirma miravelmente esta economia.
«Suprimindo a contínua referência a Deus da prece eucarística, não há mais distinção alguma entre sacrifício divino e humano».
«A unicidade primordial da Hóstia destinada ao Sacrifício será completamente obliterada: em tal modo a participação à imolação da Vítima torna-se uma reunião de filantropos, num banquete de beneficência.»


Consagração
Comparemos agora as palavras da Consagração.

Ordo Missae

«A antiga fórmula da Consagração é uma fórmula propriamente sacramental, e não narrativa».
«A pontuação e o caráter tipográfico com o ponto e parágrafo, que assinala a passagem do modo narrativo («manducate ex hoc omnes») ao modo sacramental e afirmativo, e as palavras sacramentais («Hoc est enim») em caracteres maiores, no centro e muitas vezes de cor diversa, davam sabiamente à fórmula um valor próprio, um valor autônomo»:

Novus Ordo Missae

«No lugar da ação real, de ordem sacramental, se instala a idéia de "comemoração"».
«No Novus Ordo Missae, o modo narrativo (e não mais sacramental) é explícito na "oração eucarística" no n.° 55, com a fórmula "narração da instituição" e também com a definição da anamnese: "A Igreja faz memória." (memoriam agit) do mesmo Cristo"».

Ordo Missae

«Tomai e comei dele todos vós,

ISTO É DE FATO(8) O MEU CORPO»(9).

Novus Ordo Missae

«TOMAI E COMEI DELE TODOS VÓS: ESTE É () O MEU CORPO OFERECIDO EM SACRIFÍCIO POR VÓS».(10)

«Tomai e bebei dele todos vós,

Ordo Missae


POIS ESTE É DE FATO(11) O CÁLICE DO MEU SANGUE, DA NOVA E ETERNA ALIANÇA - MISTÉRIO DA FÉ! - O QUAL SERÁ DERRAMADO POR VÓS E POR MUITOS EM REMISSÃO DOS PECADOS».(12)

Novus Ordo Missae

«TOMAI E BEBEI DELE TODOS VÓS, POIS ESTE É O CÁLICE DO MEU SANGUE PARA A NOVA E ETERNA ALIANÇA, DERRAMADO POR VÓS E POR TODOS (segundo traduções promulgadas e aprovadas por Roma para vários países) EM REMISSÃO DOS PECADOS».
«FAZEI ISTO EM MINHA MEMÓRIA»(13).Eis o Mistério da Fé.

Ordo Missae

«Todas as vezes que isto fizerdes, fazei-o em memória de mim».(14)

Novus Ordo Missae

«Palavras pronunciadas em forma discursiva, onde parece que se quer ressaltar o caráter de memorial em vez de sacrifício.»


Excerto nosso:
ORDO MISSAE

SIMILI MODO POSTQUAM CENATUM EST, ACCIPIENS ET HUNC PRAECLARUM CALICEM IN SANCTAS AC VENERABILES MANUS SUAS...

DO MESMO MODO, TERMINADA A CEIA, TOMANDO ESTE PRECIOSO CÁLICE EM SUAS SANTAS E VENERÁVEIS MÃOS...

O pronome parece enfatizar a ação que é atualizada agora pelas mãos consagradas do sacerdote.


A Doutrina Católica ensina que Nosso Senhor morreu e continua o Seu Sacrifício sobre o altar para todos os homens; todavia, mesmo se ninguém é excluído, Ele ofereceu a Sua Vida, sobretudo, para os fiéis («Salvator omnium hominum, maxime fidelium» I, Tim. 4, 10), isto é, para aqueles que observam a fé suscitada livremente por Deus, pela caridade serão julgados.
Assim explicou o Catecismo do Concílio de Trento, justamente para barrar a estrada às confusões protestantes.
«Então o Rei lhes dirá: longe de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos. Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber; fui estrangeiro e não me haveis hospedado, nu e não me vestistes; doente e no cárcere e não me visitastes... Em verdade vos digo: todas as vezes que não haveis feito estas coisas a um dos meus irmãos menores, não o fizestes também a mim.» (Mt. 25, 41-45). Ora, ter substituído no Novus Ordo Missae as palavras «por muitos» com «por todos» pode gerar confusão porque, segundo a doutrina luterana, o homem decaído pelo pecado original não tem mais a liberdade de cumprir o bem, mas deve repor a própria confiança unicamente em Jesus Cristo e não nos próprios méritos, nas próprias obras. Quando pretende fazer obras boas por si mesmo não é mais que um orgulhoso que quer passar por cima do «Mediador». O homem, portanto, por meio da Fé é justificado por Deus que o cobre com o manto dos méritos do Salvador. Enquanto o Apóstolo Tiago é muito explícito a respeito: «Assim a fé, se não produz obras, em si mesma está morta» (At 2, 17).

«A aclamação, pois, confiada ao povo depois da Consagração: "Anunciamos a tua morte, Senhor, proclamamos a tua ressurreição, na espera da tua vinda"(15), introduz, mascarada de escatologismo, a enésima ambigüidade sobre a Presença real. Proclama-se, sem solução de continuidade, a espera da segunda vinda de Cristo no fim dos tempos, justamente no momento em que Ele está substancialmente presente no altar: como se não fosse esta a verdadeira vinda».(16)

Uma coisa é certa.
«As palavras da Consagração, como são inseridas no contexto do «Novus Ordo», podem ser válidas em virtude da intenção do ministro, mas podem também não ser, porque não o são mais pela mesma força das palavras (ex vi verborum) ou mais precisamente não o são mais em virtude do seu significado próprio (modus significandi) que têm no Canon romano do Missal de São Pio V.
«Os sacerdotes que, num próximo futuro, não terão recebido a formação tradicional e que se entregarão ao Novus Ordo com o fim de fazer o que faz a Igreja, consagrarão validamente? É lícito duvidá-lo».(17)

Assistir ao novo rito, além de tudo, significa tornar-se participante da redução daquela glória devida à Infinita Majestade de Deus.
Feitas estas breves, mas substanciais considerações, os católicos fiéis são obrigados em consciência a meditar e a escolher se querem a maior glória de Deus ou se preferem assecundar a volubilidade dos homens: «Respondeu então Pedro junto aos Apóstolos e disseram: "é preciso obedecer a Deus antes que aos homens"» (Atos 5, 29).
É nosso preciso dever suster espiritualmente com a oração, mas também materialmente, todos aqueles Sacerdotes que decidem celebrar o Divino Sacrifício da Santa Missa, essência da Igreja Católica, Corpo Místico de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o rito plurissecular do «Ordo Missae».
Rito que a Bula «Quo Primum», promulgada pelo Papa São Pio V, codificou e consolidou no uso «imemorável e universal» que regulou a liturgia romana através dos séculos, desde a época de São Gregório Magno até o fim do VI século.
Rezemos também a São José, o maior dos Patriarcas, Patrono da Igreja Universal, a fim de que, mediante a sua intercessão, o Espírito Santo «infunda no coração dos Pastores o Fogo do Seu Amor e acenda em todos nós as chamas da eterna caridade».

«Victoria quae vincit mundum Fides nostra» (lJo.5,4)

10 de Junho a.D. 2004, Festa do Corpus Domini


* * *

Notas:

(1) Dogma - Verdade revelada por Deus, e como tal, proposta autenticamente pelos Pais da Igreja para ser acreditada por todos, com a garantia da infalibilidade.
(2) "Eu te digo que sois Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; e as portas do inferno não prevalecerão contra ela ". (Mt. 16, 18)
(3) "Não o abandone à malícia de seus inimigos" (da "Oração pelo Papa").
(4) Cardeais A. Ottaviani e A. Bacci, Breve exame crítico do Novus Ordo Missae, apresentado a Paulo VI no dia 5 de Junho de 1969, Festa de Corpus Domini, do qual tiramos todos os textos que seguem reproduzidos entre aspas.
(5) "Cena dominica sive Missa est sacra synaxis seu congregatio populi Dei in unum convenientis, sacerdote praeside, ad memoriale Domini celebrandum. Quare de sanctae ecclesiae locali congregatione eminenter valet promissio Christi Ubi sunt duo vel ires congregati in nomine meo, ibi sum in medio eorum (Mt. 18, 20)." (v. "Institutio generalis", 3.4.1969, del Novus Ordo Missa').
(6) Benedíctus es, Dómine, Deus univérsi, quia de tua largitáte accépimus panem, quem tibi offérimus, fructum terræ et óperis mánuum hóminum: ex quo nobis fiet panis vitæ. … Benedíctus es, Dómine, Deus univérsi, quia de tua largitáte accépimus vinum, quod tibi offérimus, fructum vitis et óperis mánuum hóminum, ex quo nobis fiet potus spiritális.
(7) “Deus, + qui humanæ substantiæ dignitatem mirabiliter condidisti, et mirabilius reformasti: da nobis per hujus aquæ et vini mysterium, ejus divinitatis esse consortes, qui humanitatis nostræ fieri dignatus est particeps, Jesus Christus Filius tuus Dominus noster: Qui tecum vivit et regnat in unitate Spiritus Sancti Deus: per omnia sæcula sæculorum. Amen” – “Ó Deus, + que maravilhosamente criastes em sua dignidade a natureza humana e mais prodigiosamente ainda a restaurastes, concedei-nos, que pelo mistério desta água e deste vinho, sermos participantes da divindade daquele que se dignou revestir-se de nossa humanidade, Jesus Cristo, vosso Filho e Senhor Nosso, que sendo Deus convosco vive e reina em unidade com o Espírito Santo, por todos os séculos dos séculos. Amém.”
(8) No texto latino "enim", quer dizer: ''de fato", "na verdade", "realmente".
(9)  Accipite, et manducate ex hoc omnes:
HOC EST ENIM CORPUS MEUM.
(10)  ACCÍPITE ET MANDUCÁTE EX HOC OMNES: HOC EST ENIM CORPUS MEUM, QUOD PRO VOBIS TRADÉTUR.
(11) No texto latino "enim", quer dizer: ''de fato", "na verdade", "realmente".
(12) Accipite, et bibite ex eo omnes:
HIC EST ENIM CALIX SANGUINIS MEI, NOVI ET ÆTERNI TESTAMENTI: (MYSTERIUM FIDEI) QUI PRO VOBIS ET PRO MULTIS EFFUNDETUR IN REMISSIONEM PECCATORUM.
(13) ACCÍPITE ET BÍBITE EX EO OMNES: HIC ESTE ENIM CALIX SÁNGUINIS MEI NOVI ET ÆTÉRNI TESTAMÉNTI, QUI PRO VOBIS ET PRO MULTIS EFFUNDÉTUR IN REMISSIÓNEM PECCATÓRUM. HOC FÁCITE IN MEAM COMMEMORATIÓNEM.
(14) (Terminadas essas palavras, o sacerdote depõe o cálice sobre o corporal e diz): Haec quotiescumque feceritis, in mei memoriam facietis.
(15) Mortem tuam annuntiámus, Dómine, et tuam resurrectiónem confitémur, donec vénias.
(16) Breve exame crítico... op. cit.
(17) Idem.


Glossário

Herético - Quem se opõe à verdade revelada por Deus e proposta autenticamente pelos Pais da Igreja.
Gnose - Conhecimento. Historicamente este termo, à partir do 2o século se confundiu com o seguinte:
Gnosticismo - Orientamento filosófico-religioso segundo o qual é possível chegar por via racional e iniciação ao conhecimento superior dos profundos motivos religiosos especialmente do Cristianismo.
Cisma - Separação da Igreja, rejeitando sua doutrina e dogmas, com a adesão a outra igreja autônoma.
Sincretismo - Propriamente "confederação ao modo cretense". Fusão de elementos culturais e doutrinais de várias religiões, mesmo em modo incoerente.
Teosofia - Conhecimento (Sofia) de Deus (Théos); sistema sincrético com diversas religiões. Contacto direto com os espíritos superiores.
Antroposofia - Variação da teosofia ideada por Rudolf Steiner para incluir o cristianismo detestado pela teosofia de Mme. Blavatsky. Inspirou o teatro rapsódico ao qual participou o jovem Karol Wojtyla. Sua sede é o templo do Goetheanum em Dornach, Suíça.

Publicado na Suíça por Ad maiorem Dei gloriam

Edição fora do comércio

Maçonaria e a Reforma Litúrgica Novo Ordo Missae



Revista 30 Dias de Junho de 1992.

Dossiê Sobre a Reforma Litúrgica, ideallizada e Patrocinada pela Maçonaria e levada a cabo por seus perfidos membros.






Vale a pena lembrar a Nota 1 da primeira parte do Artigo O desaparecimento da Igreja Católica - Parte I
Já em função no tempo de João XXIII, Bugnini e suas reformas encontraram a oposição do presidente da Comissão para a Liturgia, cardeal Gaetano Cicognani. Reclamou disso a João XXIII que, chamando seu secretário de estado, cardeal Amleto Cicognani, irmão de Gaetano, ordenou-lhe que não voltasse à sua presença sem o documento de aprovação das mudanças assinado. Este impôs ao irmão mais velho a "vontade do papa" e obteve a assinatura contra consciência do velho Cardeal, que angustiado morreu 4 dias depois. Foi assim que o exame se concluiu com a completa devastação da Santa Missa.
E este resultado é a prova irrefutável do que na verdade mirava o decreto conciliar "Sacrosanctum Conciliam", hipocritamente oculto no verbo "optat" com o qual esse impõe, não a revisão, que era sem motivo, desnecessária e absurda, do Rito Romano que depois de 399 anos de plena e legítima eficácia demonstrara seu poder espiritual, mas a sua pura e simples destruição através do outro "rito" chamado também "romano".



Livro: Segredo de Fátima ou Perfídia em Roma? - Parte II


1 - OS FACTOS HISTÓRICOS «MAIS CLAROS» EM 1960


 Capa do Livro - Segredo de Fátima ou Perfídia em Roma?


Não temos a explicação directa do Segredo, mas temos o que Lúcia ouviu de Jesus sobre seus ministros e o que disse ao Padre Agostiño Fuentes em 1957 (v. Entre Fátima e o Abismo, sigla FA, pp. 56-60). E temos os factos históricos; o que ocorreu na Igreja desde então. Com o evento de Assis, a Maçonaria dava razão a João Paulo II, que a abonava em detrimento do que a Igreja ensinou sobre a liberdade das consciências. Era uma marca da nova «pastoral» actuada pela Igreja conciliar: a pressão para desviar as consciências da verdade, exercida para censurar o Segredo antes e depois para alterar o testemunho de Lúcia.
Isto aconteceu porque para a plena compreensão da terceira parte do Segredo parece faltar a explicação nas palavras de Nossa Senhora. Ora, os elementos conhecidos do Segredo bastam para explicar, para quem tem ouvidos para ouvir, o seu sentido profético na defesa da Fé.
Na apresentação do Segredo, o Vaticano porfiou em ignorar muitos factos, porque estava compelido a disfarçar a evidente crise da Igreja num mundo sempre mais descristiani­zado. Era a aclamada alergia da hierarquia actual para com a “profe­cia de desgraças” do Segredo, que “seria mais clara” justamente à partir de 1960. Há pois que ver o que acontecera na Igreja e na terra logo antes desta data e o que ocorreu desde então, quanto o mundo católico e não só, esperava a abertura do Terceiro Segredo, quando este «seria mais claro».
Aqui vamos resumir o livro «João XXIII: Cara oculta da suma perversão», que conta com a colaboração de Hutton Gibson, do professor Tomás Tello Corraliza, do engenheiro Alberto Fontan e de outros católicos, sacerdotes e leigos.
A figura obscura, mas central do período que seguiu a morte de Pio XII foi Ângelo Roncalli. Se trata do mais «genial» infiltrado modernista e filo-mação que conseguiu, com ar bonachão, tornar-se o "Papa bom", censor de Fátima, que seguiu o plano para a mutação da Igreja.
Hutton Gibson («The Enemy is in… Rome» (pp. 82-91), na sua Introdução ao livro sobre João XXIII, o «bom Concierge» do Grão-Concílio, diz; «Ângelo Roncalli assumiu o nome de João XXIII, do antipapa Baldassare Cossa (1410-15), provavelmente porque, de acordo com Pier Carpi (Le profezie di papa Giovanni, Ed. Mediterranee, 1976, Roma), sob tal nome ele se filiou aos Mações Rosa Cruz na Turquia (1935).
É citado Robert Bergin de Fatima International que lamentava o disfarçado desprezo pela mensagem de Fátima no Vaticano II sob João XXIII. Mas mais tarde percebeu que ele era mação e já antes de sua eleição ao papado, o que tornou nula sua eleição. Cita Virgílio Gaito, Grão-mestre do Grande Oriente: “Consta que o Papa João XXIII foi iniciado em Paris e havia participado em Lojas de Istambul”. Bergin nos garante que “o Grão-mestre da Maçonaria da Itália estava em posição para saber com certeza se Ângelo Roncalli foi iniciado na Ordem em Paris. Teria sido incrivelmente irresponsável de sua parte aludir a esta informação decisiva sem conhecer o facto. Este teria invalidado a subsequente eleição de Roncalli.
 Escreve Bergin, isto significaria que o Vaticano II, que convocou sem autoridade papal, teria sido igualmente inválido. Bergin continua: “Ademais há provas concretas que Ângelo Roncalli era um herege formal bem antes de se tornar Mação. Era conhecida sua aversão às reformas de São Pio X introduzidas contra o Modernismo”, mas…“como Núncio em Paris, Roncalli revelou especial adesão à pessoa de Marc Sangnier, fundador do Sillon” cujos erros e obstinação foram condenados por São Pio X que compôs o Juramento anti-modernista… abolido no tempo de João XXIII. «Em Paris o núncio Roncalli apoiou o projecto dos padres operários que, ao invés de trazer estes à Igreja, converteu muitos destes aos vermelhos; uma completa débâcle... E há provas da grande afinidade de Ângelo Roncalli, durante toda sua vida com os comunistas, esquerdistas e socialistas de todo tipo… Não permitiu nenhuma crítica ao Comunismo no seu Vaticano II. Se alguém na sua presença se referisse a estes inimigos da Igreja, ele cortava: “A Igreja não tem inimigos”. Afirmação que, além de insensata, é, para a defesa da Fé e da Igreja, uma das mais heréticas de sempre”. Também em Paris, o Barão Marsaudon, mação, foi designado ministro da Ordem dos Cavaleiros de Malta pela recomendação do Núncio Roncalli. Isto determinou uma investigação de Roma sobre a Nunciatura de Paris, o que revelou que, em grande segredo, ali se operava, por volta de 1950, para a reconciliação da Igreja Católica com a Maçonaria”.
«Charles Riandey, soberano grão-mestre da Maçonaria, contribuiu ao prefácio do livro escrito pelo Barão Yves Marsaudon, Ministro da Corte do Supremo Concílio da França (Rito Escocês) “Ecumenism as Seen by a Traditionalist Freemason” (Paris 1969): “À memória de Ângelo Roncalli, padre; Arcebispo de Messamaris, Núncio Apostólico em Paris, Cardeal da Igreja Romana, Patriarca de Veneza, Papa sob o nome de João XXIII, que se dignou de nos dar a sua bênção, a sua compreensão, e a sua protecção”. Um segundo prefácio: “Ao Papa dos Pobres. Ao Papa da Paz” [A primeira paz de sempre entre Cristãos e Mações!] Ao pai de todos os Cristãos, Ao amigo de Todos os Homens, Ao seu Augusto Continuador, Sua Santidade Papa Paulo VI”. O livro acusa o Papa Pio XII por ter evitado de dar o chapéu cardinalício a Montini, tornando “difícil para Montini tornar-se Papa, mas então veio um homem de nome João, como o precursor” que em seguida criou Montini seu primeiro cardeal. Cita “I Will Be Called John”, por Lawrence Elliott. Página 287: Na manhã do dia 20 de Janeiro... "De repente uma inspiração brotou-nos dentro como uma flor que floresce em uma primavera inesperada. Nossa alma foi iluminada por uma grande ideia... A palavra solene veio aos nossos lábios… exprimiu pela primeira vez: um concílio!"… O facto é que simplesmente mentiu. Porque? Porque o concílio lhe fora encomendado pelas lojas? Todavia, teve mais inspirações, como a de Montini seu sucessor. «Para Jozef Mackiewicz (Na Sombra da Cruz), outro detalhe foi quando se disse inspirado para iniciar negociações com o governo comunista da Rússia a fim de garantir observadores ortodoxos russos (da KGB) em seu Concílio inspirado… Em “Vatican II Revisited”, por Dom Alberic Stacpoole, OSB, p. 116, conta que seu secretário: “Dom Loris Capovilla, registou que, três vezes antes da inspiração divina, João XXIII falara do assunto concílio… Páginas 289-291: mas para qual celestial propósito teria servido um concílio então? [Dividir responsabilidades?] Quando alguém colocou a questão… João caminhou até a janela do seu gabinete e abriu-a. "Esperamos que ele faça entrar um pouco de ar fresco aqui dentro". [Remoção da atmosfera secular, o clima necessário para a autoridade e credibilidade a Igreja?] Para ele, é claro que isso bastava.
«Para abrir o caminho que deixasse entrar o seu espírito de inspiração João não propôs nenhum conteúdo “pastoral”. Mas, ficou logo claro, que o Concílio Vaticano II ia ser um livre fórum para reexaminar quase todos os aspectos da consciência católica. Modificação de tudo, desde a liturgia à ingestão de peixe na Sexta-feira Santa, tudo se tornou possível... em vista de novo conhecimento científico, de uma nova moralidade e política num mundo que havia atingido um equilíbrio de terror... «Seria a união de todas as igrejas também uma possibilidade? Na renovação espiritual vislumbrada por João, nada havia além dessas esperanças… O Vaticano II... se pronunciara em nome da "santa liberdade", como ele insistira... Os bispos... haviam caído sob um golpe mortal: o lema "Roma falou, o caso está encerrado". Ao invés da reacção, soprou um ar de optimismo, de aspiração, uma audácia divina… este iria encantar o Vaticano e animar o mundo.
“O Super-herói Roncalli, como já citado por Alden Hatch, salvou o seu Concílio, mais uma vez violando a lei da Igreja. E queria garantir a sucessão de Montini para completar o trabalho do Concílio. Todos seguiram Paulo VI… «Da biografia de (Montini) Paulo VI por Alden Hatch’s temos esses pontos: "É possível que, de todos os papas dos tempos modernos Paulo VI é o único que desejava o cargo" (página 8)... João inspirou Montini para sucedê-lo" (página 9). "Quando o Concílio se reuniu pela primeira vez em Outubro de 1962, Montini foi o único cardeal não-residente que João convidou para morar no Vaticano e assim tê-lo na mão para conversas não oficiais, não publicadas e íntimas sobre os problemas apresentados no dia a dia. À medida que estes se tornaram mais prementes e a duração provável do Concílio se alongava indefinidamente, o Papa João se persuadiu de que não viveria para ver o seu fim. Embora o papa não deve escolher seu sucessor, e qualquer tentativa de fazê-lo podia tornar-se um boomerang era sabido que para João a pessoa capaz de cumprir seus planos e realizar suas esperanças para uma Igreja aberta e uma cristandade unida era Montini" (página 9). É sabido também que João treinou Montini na questão de sua eleição, instando-o a não tomar uma atitude forte na sessão de abertura do Concílio evitando assim comprometer-se com um lado e afastando o outro. Pelo menos foi notado pelos jornalistas que o brilhante e progressista arcebispo de Milão, que poderia ter sido indicado para iluminar o Concílio com suas ideias, praticamente não participou nos debates. Restando sem posição, ele tornou possível para os cardeais de todas as opiniões votar nele em boa consciência" (página 10).
"O primeiro grande gesto do Papa João XXIII, que ele sempre atribuiu ao Espírito Santo, foi em 25 de Janeiro de 1959, quando em São Paulo Fora dos Muros, ele anunciou a dezoito cardeais a sua intenção de convocar um Concílio Ecuménico. Os cardeais permaneceram em silêncio atordoado e sem nenhum movimento ou palavra de aprovação" (p. 110). "O cardeal-arcebispo de Milão, foi o primeiro membro do Colégio Sagrado a publicamente saudar o gesto do Papa para a renovação da Igreja... Montini exultante, saudou o Concílio que iria abrir as suas janelas para o mundo. Outros podiam temer o projecto, mas ele olhou para a perspectiva razoável de "abrir para a história com visões imensas e seculares diante dos nossos olhos" (página 111). Há um sentido para estas frases exultantes, esta orquestração grandiosa da música das esferas? Algumas ecoam o «conhecimento» dos profundos mistérios da história ao ponto de ser revelado a todos os enganados, desavisados, ignorantes católicos? «Paulo VI nunca tentou refutar o abade Georges de Nantes nem o Padre Noel Barbara, em suas acusações extensivamente documentadas de heresia, cisma, escândalo, e apostasia. Ele confirmou, ao contrário, que diante destas, não tinha pejo em substituir a cruz pelo emblema (o ephod) usado pelo sumo-sacerdote judeu, o último dos quais condenou Cristo à sentença de morte), publicamente, pelo menos nestas ocasiões: Roma, 27 de Março de 1964, durante a Via Crucis; Roma, 8 de Dezembro de 1964 na Piazza di Spagna, em 1966 no Vaticano durante a visita do Dr. Ramsay, protestante "Arcebispo" de Cantuária; no Vaticano, 9 de Fevereiro de 1969, na Capela Sistina na recepção de padres das paróquias de Roma; em Castelgandolfo, Verão 1970 (Paris Match, 29 Agosto) [as fotos, são abundantes, em La Documentation Catholique, no L'Osservatore Romano, em diversas edições quando se vê Paulo VI com o ephod em suas funções oficiais]. «A lista de seus crimes contra a religião católica iria transbordar num compêndio de heresias, que promoveu ou tolerou, quando não as inventou. (Honório I foi condenado como herege por não condenar mas silenciar a heresia. Um herege, afirma Suárez e Belarmino, não é um papa). «João XXIII fingiu inspiração divina para convocar um concílio para mudar a Igreja imutável, para sua actualização e adaptação aos tempos, etc., ideia condenada por todos os papas anteriores. Tratou com declarados inimigos de Deus, os ateus perseguidores de Sua Igreja, e negociou com os ucranianos e bálticos para a presença de prelados ortodoxos russos em seu escandaloso Concílio. Ele destabilizou a Missa e arrumou o Colégio dos Cardeais para promover a eleição de seu sucessor, Montini, que continuou seu Concílio e promulgou decretos heréticos os mesmos que de há muito tempo estavam no Programa Maçónico”. Depois destes factos resumidos e iniciados com a eleição de João XXIII, que censurou o Segredo de Fátima pergunta-se: é possível que este Segredo nada tinha a ver com a eleição desse modernista para a Cátedra de Pedro?
Aqui vamos falar da mentalidade que incutiu nas consciências, a partir do modernismo desse «bondoso» utopista que censurou o sinal divino, porque adepto da «nova ordem» evolutiva para o futuro do mundo. Como enfrentar a burla de «papas conciliares» que passam por católicos num mundo infectado pela liberdade de mentir nos mais altos graus civis e clericais? Como chegamos a tal peste espiritual?
O «segredo profético» desarquivado mostrou a visão da eliminação do papa católico com o seu séquito fiel. A Cristandade semi-derruída foi “decapitada” de seu guia. Fica confirmada tal visão profética na vida da Igreja, cuja demolição é evidente, e no mundo vige desordem e perversão, vivemos entre escombros mentais, morais e religiosos.
Como não reconhecer que as ideias dos «papas conciliares» a partir de João XXIII, cara oculta da nossa era, com seus pactos inverteram os princípios teológicos e a fé com que 260 Papas e 20 Concílios precedentes guiaram a Igreja católica? Alteraram a vida na Fé seguindo a própria «consciência» segundo os novos tempos, para mudar a «consciência» objectiva da Igreja católica! Se mudaram a nossa religião, porque não iam também desprezar Fátima em nome de «modernismo», que relativiza ao presente os princípios que Deus imprime nas almas? Depois que o chamado «Papa bom» assumiu poder papal, passou a dominar a mentalidade conciliar, que denotava origem «iluminista».
Esta é confirmada na linha dos seus sucessores no Vaticano, basta ouvir Bento XVI, cujo actual «ecumenismo» é a realização do plano «pan-ecumenista» condenado pela Encíclica Mortalium animos do Papa Pio XI. Assim, iniciou a obra do tal “aggiornamento da consciência da Igreja”, com a desculpa que ela vivia fechada nas suas milenárias “profecias de desgraças” e devia superar o contraste com o novo milénio de luzes e galharda tecnologia, indo ao encontro de uma nova fé ecumenista no progresso humano sem limites! Esse delírio de novidades ocorreu desde então à revelia da podridão na vida espiritual da Igreja e da desordem social do mundo, que passaram a ter em mira, não mais o amor pela verdade, mas a sublimação da utopia!
Seus frutos, derivados de ideias já condenadas, são nefastos. Donde então a alcunha de “papa bom” atribuída ao inventor de “novas Pentecostes”? Só se a burla dessa «bondade» fosse parte do plano secreto para inverter a Tradição e a vida da Igreja católica e apostólica depois de dois mil anos de história. Esse utopismo ecumenista, que é suma contrafacção religiosa, mas também mental, devia interessar, não só aos católicos, mas a quem estima a verdade; é de um óbvio gritante!
Esse modernismo, aberto à toda liberdade religiosa, e ao gnosticismo maçónico, visa substituir a ordem cristã nas consciências com a nova ordem do laicismo global; não só o Estado separado da Igreja, mas o corpo humano de sua alma espiritual, cuja existência é admitida pelo iluminismo só como produto do processo evolutivo!
Foi o curso de ideias que em pouco tempo causaram uma inaudita “autodemolição”, de aspecto irreversível na Igreja, mas também no mundo, onde sinais “liberatórios” da imaginação no poder, a partir dos anos 60, produziram depravações e reivindicações de direitos sem fim na vida social, em nome de confusões ideológicas ateias e ecumenistas, com imprimatur conciliar! Era o direito à dignidade das aberturas, que no fundo significa dialogar sobre a mesma Verdade.
Isto estava nas entrelinhas da encíclica «Pacem in terris», na qual João XXIII proclamou que «… pode e deve haver cooperação entre os católicos e os regimes comunistas no campo social e político…». Assim, nas eleições italianas de Abril de 1963, os comunistas, num golpe, ganharam um milhão de votos em relação às eleições políticas de cinco anos antes. O clamoroso sucesso do PCI foi unanimemente atribuído à linha de João XXIII: o «sinistrismo eclesiástico».
A «mentalidade de abertura», continuada por Paulo VI, foi a «abertura conciliar ao mundo», que no caso da política comunista levou a Itália a ser o país mais desgovernado da Europa, pois tal ideologia, se não toma o poder, reivindica tudo, na ordem social e também existencial. E tal política passou a dominar onde havia a mentalidade modernista. Assim, o povo comunista italiano, sob vários nomes e a complacência do modernismo democristão, é o mais vasto da «área democrática». Para o seu ideólogo, Gramsci, "o socialismo é justamente a religião que abaterá o cristianismo" (1). "A filosofia da praxis – é o nome com que Gramsci indica o materialismo dialéctico e histórico – pressupõe todo este passado cultural, o Renascimento e a Reforma, a filosofia alemã e a Revolução francesa, o Calvinismo e a economia clássica inglesa, o liberismo laico e o historicismo na base de toda a concepção modernista da vida. A filosofia da praxis é a coroação de todo este movimento de reforma moral e intelectual… corresponde ao nexo: reforma protestante + revolução francesa". Para este «profeta comunista»: “O catolicismo democrático faz o que o socialismo não poderia fazer: amalgama, ordena, vivifica e suicida-se".
Incrível como isto aconteceu com a política clerical do companheiro e sucessor de Roncalli, João Batista Montini, futuro Paulo VI, sobre o qual veremos o que foi publicado do «Pacto Montini – Estaline».
Famosa foi sua homilia de «protesto» a Deus na Missa de exéquias de seu amigo Aldo Moro, democristão, por não ter evitado seu assassínio pelas Brigadas Vermelhas comunistas.
Voltando, porém, ao tempo de João XXIII, a questão que o marcou para sempre foi a incrível censura ao Terceiro Segredo de Fátima, cuja mensagem indicava os “erros esparsos pela Rússia”. Esta frase, detestável para quem via com optimismo o avanço socialista, para o qual abriu as portas do Vaticano, representa a realidade de um mundo cada vez mais ateu e materialista. Apenas concluído o Vaticano II, as mini-revoluções que reivindicam em todas direcções já eclodiam no Ocidente sem poupar nenhuma ordem social, enquanto a contestação global, especialmente na América Latina e na África, era cavalgava pelo comunismo animado pelos novos apóstolos das “aberturas” conciliares, que haviam liberado as consciências para reivindicar os direitos que fazem esquecer os deveres para com a verdade de Deus. Não há pois que negar a velada relação de causa-efeito entre as aberturas de Roncalli e sucessores e a profunda revolução que demoliu a fé da Igreja nas consciências. João XXIII apelava à misericórdia para não acusar erros, mas abriu às «ideologias» de padres guerrilheiros, como Camilo Torres, que celebrava a missa ao lado da metralhadora dizendo: “João XXIII me autoriza a marchar com os comunistas”; morreu lutando para aniquilar a ordem cristã! Como negar que quando o Vaticano II justificou o direito universal da escolha da própria religião ou irreligião, tal juízo incluía todo outro, da moral à política? Não era este o «compromisso histórico terminal» entre a falsa religião e o ímpio laicismo? À exposição dessa herança macabra no campo das ideias se aplica este livro que aquilata por exemplo o efeito da encíclica “Pacem in terris” (Ptr), tão apreciada em Moscovo como nos meios socialistas e mações, porque visava a “actualização” da noção de livre consciência. Não estava claro isto no documento? Se não, foi porque devia evitar a reacção católica; mas nem tão oculto para perder a ovação da área iluminista que há séculos exigia que a Igreja declarasse a liberdade de consciência e de religião, para julgar sobre o bem e o mal. É a ideia que passou a ditar a vida no mundo até a «alienação apocalíptica» final da Palavra de Deus. São as S. Escrituras a descrever essas «alienações»: a Original e a Judaica, que são as raízes da terceira alienação: a da grande e final apostasia «Cristã».
Esta se revela hoje na «perfídia» dos incubadores do “vírus” modernista, de que foi portador Roncalli, para inocula-lo no tecido da Igreja.
Como um insecto pode ser alieno portador de uma doença que inocula nos homens, na verdade a transmissão de certas ideias pode ser pior do que uma doença do corpo: afecta as consciências. A comparação parece rude? Não foi assim, por exemplo, com as ideias de Lenine e de Hitler? Pois bem, aludiu à periculosidade das iniciativas de João XXIII um dos mais célebres vaticanistas, o conde romano Fabrizio Sarazani, que sobre esse pontificado e suas consequências disse: “… o sinal deixado por Roncalli na história da humanidade supera de muito o impresso pelos tantos Lenines e Estalines. Se estes liquidaram alguns milhões de vidas, João XXIII liquidou dois mil anos da Igreja católica” (NR, p. 49). Se a citação parece interna aos adidos do Vaticano, eis outra do literato mundano, o inglês Anthony Burgess, autor do tema da “Laranja Mecânica” que, retratando Roncalli no seu romance «The earthly powers» (2), explicou que ele, por causa de seu pelagianismo anticristão, foi mais perigoso do que Hitler. Trata-se de localizar «causas» do mal que reside em ideias mesmo de aspecto religioso, que levam à agonia do Cristianismo no nosso tempo. Esta é evidente, mas não a sua causa, ligada a algo que assume forma de profetismo evocando sinais dos tempos, alheios à espiritualidade humana, mas afins à utopia da evolução ilimitada do homem.
Assim, a débâcle da Ideia cristã no mundo ocidental, no qual serpeia o new age ligado à nova ordem de reconciliação global ecumenista, é efeito da utopia religiosa modernista de marca gnóstica, usada pela Maçonaria para impor “liberdades” em vista de se substituir à Ordem cristã. Eis o programa do profetismo ecumenista que corrói a Cristandade para satisfazer a necessidade de um mundo globalizado. Neste, prevalece o «centro noaquita» que planeja a religião humanitarista e alienante do Evangelho de Jesus Cristo! E, visto que toda crise na terra reside na subtil diferença entre a íntima liberdade das consciências criada por Deus, e a «outra» liberdade de consciência em foro esterno, ideada pelo «centro» da revolução anti-cristã, sempre condenada pelos Papas católicos, havia que obter «papas» como João XXIII. Por isto vamos falar da mentalidade modernista, que em nome do amor, faz fenecer sua fonte, que mana da Verdade. João XXIII agiu com essa mentalidade, ou melhor, delirante «ideologia» que continua com os seus sucessores, apoiados no nefasto Vaticano II, fonte das piores liberalidades diante da moral, da qual a pedofilia é mero produto.
Isto responde aos que exclamam: como pode um católico atacar assim os papas? Ora, o Papa católico representa a Palavra e o «Pensamento» de Cristo, que deve confirmar no mundo. Se representa o «outro», não é bom pensador, porque parece «papa». Nem é papa porque parece pio pensador. Um filosofar actualizado aos tempos se viu nas parcas ideias de Roncalli, na invertida doutrina social de Montini, na trapalhada literária de Luciani, nas ideias existencialistas e antroposóficas de K. Wojtyla; hoje, na apologia do iluminismo de J. Ratzinger, que chegou a recomenda-lo aos muçulmanos (22.12.2006)! Tudo de acordo com as aberturas ecumenistas conciliares em todas as direcções, acção que traria a paz ao mundo moderno, já profusamente descristianizado!
No mundo se esquece que a Religião, ligada ao Pensamento divino, é guia também ao bem pensar, do qual a heresia é desvio ruinoso. No entanto, uma série de mestres modernistas que, mesmo se religiosos, foram festejados pelo mundo liberal, como Sangnier, Loisy, Duchesne, Mounier (de Esprit), antecessores dos vários Maritain, Rahner, Kung, Ratzinger etc., que por sua vez olhavam para a Sede suprema, de onde inocular suas ideias através de quem ocultasse tais ideias sob o aspecto pio, para depois aplicá-las a um concílio. Eis como Roncalli, descrito de “genial simplicidade”, pelo seu cúmplice e amigo Guitton, galgou o trono para abrir a Igreja ao perverso Modernismo, dominante nas versões intelectuais de Montini e Wojtyla, cujos matizes conciliares de existencialismo e personalismo vão sendo ampliados por Ratzinger. Abrem ao iluminismo do direito à liberdade de consciência e de religião, como quer o mundo moderno. É o filosofar de aparência religiosa que mina profundamente o recto pensar e toda a fé e o faz em nome do Cristianismo e da Sede apostólica da Verdade. Esta evoluiria conforme a época do mundo e a visão subjectiva da pessoa. Deviam pois «actualizar» a verdade e «purificar» a Fé com o pensamento evoluído que desenvolveram pessoalmente. É a perfídia terminal.


Continua...

Notas:

(1) Gramsci, António, Avanti!, e Sotto la Mole, 1916-20, Einaudi, Turim 1960, p. 148.

(2) Entrevista ao «O Estado de São Paulo», 10.1.1982.
 

 
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