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sábado, 12 de dezembro de 2009

Tradicionalismo tardio?


Caríssimos leitores, sejamos claramente objetivos, os papas conciliares não podem ser Papas, precisamente em razão do dogma da infalibilidade papal ou eclesiástica:
-Infalibilidade do magistério Ordinário Universal;
-Infalibilidade prática na promulgação de leis canônicas litúrgicas;
-Infalibilidade prática na canonização dos Santos.
Pois bem, a Fraternidade Sacerdotal de Mons. Lefebvre admite a tese - que defende com capa e espada - segundo a qual estão contidos erros:
- No Concílio Vaticano II
- No novo Código de Direito Canônico;
- No novo rito da Missa e nas demais reformas litúrgicas;
- Em algumas canonizações efetuadas depois do Concílio.
O que vem a provar que o Vaticano II e as reformas que o seguiram não estão garantidos pela infalibilidade quando - pelo contrário - deveriam estar. Não podem vir da Igreja verdadeira. Não podem vir de um Papa cristão. Os papas que promulgaram e confirmaram estes atos não podem ser a Autoridade.
Geralmente, em que se firma a Fraternidade senão num julgamento apriorístico, fundamentado na "opinião prudente" de Mons. Lefèbvre? Se Mons. Lefèbvre houvesse declarado categoricamente a Sé vacante (como sabidamente numerosas vezes esteve a ponto de fazer) não estaria unificada a resistência atual? Não teríamos hoje um Papa católico?
(O Pe Barbara admitia que ainda existem alguns bispos verdadeiramente católicos que, "embora com um exercício defeituoso da confissão da Fé e aparentemente integrados a esta nova Igreja" - "Union pour la fidelité, la situation actuelle de L'Eglise et le devoir des catholiques". Ed. Forts dans la Foi, Tours, 1981, p. 149.)
Muitos acusam os sedevacantistas de serem tardios no combate. Dizem que só houve uma primeira e incompleta tomada de posição no México, a partir em 1973. Em seguida reconhecem, depois, na França, uma mais clara e estruturada tomada de posição somente em 1976. Então, para a FSSPX, desde 1965 até 1973-76, ninguém havia percebido que a Sé estava vacante. Segundo ela, o sedevacantismo teria rompido a unidade anterior dos tradicionalistas em torno de Mons. Lefèbvre.
Pode um sério historiador concordar com tais afirmações? Não! De nenhuma forma, pois o sedevacantismo não foi tardio. A ação dos sedevacantistas foi até mesmo "preventiva". As tomadas de posição por parte dos sedevacantistas, em relação às novas doutrinas que tomavam Roma, tiveram início em 1962. Fazemos com isso alusão ao livro "O Complô contra a Igreja", publicado sob o pseudônimo de Maurice Pinay. Sua primeira edição - italiana - data de 1962 e foi distribuída a todos os padres conciliares em outubro desse mesmo ano, depois de 14 meses de trabalho dos autores. Não se pode pedir uma data de nascimento da reação sedevacantista mais antiga e mais pública. Esta obra, já em 1962, denunciava as tratativas em marcha entre o Cardeal Bea (encarregado por Roncalli) e as autoridades hebraicas (particularmente a B'nai B'rith) para conseguir do recentemente convocado Concílio, uma declaração a favor do judaísmo. Esta declaração tinha por objetivo colocar o Vaticano II com dezenove séculos de magistério infalível da Igreja. Proclamariam os fiéis que uma instituição que se contradiz não pode ser divina. Na introdução à edição austríaca de janeiro de 1963 se pode ler:
"A audácia do comunismo, da maçonaria e dos judeus chega a tal ponto que já se fala em controlar a eleição do próximo Papa, pretendendo colocar sobre o Trono de São Pedro um de seus cúmplices previamente infiltrado na respeitável corpo cardinalício."
Segundo os autores de "O Complô contra a Igreja", tal plano não é novo:
"Como demonstramos nesta obra com documentos de indiscutível autenticidade os poderes do dragão infernal chegaram a colocar no Pontificado um cardeal manobrado pelas forças de Satanás, dando por um momento a sensação de serem os donos da Santa Igreja. Nosso Senhor Jesus Cristo, que jamais a abandonou, inspirou a ação e armou o braço dos homens pios e combativos como São Bernardo, São Norberto, o Cardeal Américo (...) que não reconheceram a qualificação de Papa ao Cardeal Pierleoni, este lobo em pele de cordeiro que durante muitos anos tentou usurpar o Trono de São Pedro e a quem excomungaram e desterraram sob a merecida qualificação de antipapa."
E efetivamente, todo o capítulo XXV - Um cardeal criptojudeu usurpa o Papado - é consagrado ao Antipapa Anacleto II (Pierleoni). Como se pode ver, para os autores desta obra (leigos e religiosos vinculados à Universidade Guadalajara e à UNIÃO CATÓLICA TRENTO), só um antipapa como Pierleoni poderia promulgar o documento intitulado NOSTRA AETATE, que o cardeal Bea preparou no Concílio; este homem foi Paulo VI, eleito em junho de 1963.
Depois da apresentação de "O Complô contra a Igreja", não faltaram outras intervenções acerca do mesmo tema durante o Concílio como as do Padre Joaquim Saenz y Arriaga em "O antissemitismo e o Concílio Ecumênico" e "O que é o progressismo", posteriores à abertura da Segunda Sessão do Concílio.
Quem rompeu então com a unidade inicial?

Um comentário:

  1. Amigos, salve Maria.

    Quem assina este artigo?

    Abraços,

    Sandro

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